terça-feira, 30 de dezembro de 2008

"...e além da vida ainda de manhã no outro dia..."


Meus olhos vazios me acostumaram a não enxergar os detalhes. Nem sempre fui assim, mas é o que me tornei. Vejo cores vivas e indefinidas, mas não absorvo nada. No final do dia o que me resta é a vontade de vivê-las intensamente. Não sei o que sou. Meu bem, digo que sou sua mas no fundo nunca fui. O que é seu é minha fidelidade, minha lealdade, minha amizade inconfundível. Mas na verdade não sou nem minha mesmo. Sou uma mancha abstrata que perdeu a inocência e transferiu tudo que acreditava bruscamente para um conjunto de coisas que doem. Nem sei do que estou falando mais. Hoje quis fazer o texto que prometi para você. Continuo sendo um conjunto de cheiros que me levam para um lugar em que eu realmente existia de corpo e alma e não me preocupava em ser e saber o que sou. Eu só estava lá e isto bastava. Nessa minha lembrança de certeza me veio seu perfume... Eu gosto do Perfume que você usa, mas não é desse que estou falando. Estou falando do odor da sua alma que exalei no nosso primeiro beijo naquela tarde clara de um sábado de verão e desde então venho tentando me libertar desse êxtase, confesso. Tenho medo, muito medo. Porque ao seu lado eu criei sonhos, como com todos meus amores do passado... Mas ao seu lado está tudo se consumando, meu sonhos não ficam só no esboço e isso me assusta. Porque acho que não mereço tanta coisa boa e a felicidade ao seu lado é fato, é fácil, é concreta. Meu medo me fez paralisar às vezes sendo fria com você; me fez fugir querendo não te ver mais... E nessas idas e vindas eternas , quem diria: cá estamos juntas de novo, recomeçando feridas um novo ano. Quem diria que eu, inconstante, que costumava enjoar de beijos e rotinas, completei um ano ao seu lado. Um ano de namoro... Um ano de amor intenso e muito bem vivido! Juro que ainda não percebi quão grandioso e responsável é isso. Nem havia percebido que já havia tanto tempo que eu estava beijando a mesma boca e que cada beijo parecia o último ou o primeiro. Você me dá medo porque me conhece mais que eu mesma. Eu não enjoei de você. E eu não te perdôo por isso não! Porque se tinha algo sobre mim que eu achava que eu sabia era que eu não ficaria ao lado de uma pessoa mais que um mês. Mas veio você... Com seu sorriso de vírgula e fez meu tão sonhado filme virar realidade. E que venha mais um ano, porque eu te apresento a eternidade. Te apresento os mil passeios de mãos dadas que daremos, a parede da nossa casa que iremos pintar da nossa cor e mil serenatas a luz da lua. Tenho uma condição: tome um pouco dessa minha tristeza e toda força que tenho para você. Me complete, me ame e me abrace. Porque por mais voltas que darei nesse mundo é para seus braços que sempre vou voltar. E voltarei mil vezes se preciso for para te provar que nós nos pertencemos, que só você se encaixa no que me falta e que seus olhos de cigana não aprenderam a chorar em vão. O mundo é podre, amor. Mas já que somos obrigadas a ver o sol nascer todos os dias estando intactas me dá sua mão que a gente enfrenta esse mundo. Te amo, e te amarei para sempre. Um brinde ao nosso primeiro ano de vida!

domingo, 28 de dezembro de 2008

Dentro da fronha do Mickey.



Cena de alguns dias atrás: A porta do quarto se abre, bate no aparelho de som e começa a sintonizar uma rádio. Na rádio estava tocando nossa música. Numa coincidênia, ou mais uma vez num laço do destino eu me emocionei. Foi a chave de todo um futuro efêmero e incerto ... que talvez eu me arrependa depois.

...Inspiração dos meus sonhos não quero acordar Quero ficar só contigo não vou poder voar Por que parar pra refletir se meu reflexo é você Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer Por que parece que na hora eu não vou agüentar Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar Como no filme, no final tudo vai dar certo Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto Pensa em mim Que eu tô pensando em você E me diz O que eu quero te dizer Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos E te falar Mais uma vez que te amo ...

É prache cometermos algum errinho diário e arrependermos imediatamente e amargamente. Errar é comum. Mas há dias que erramos mais que o esperado, que o normal, que o permitido. Este dia atípico chegou em mim. Era dia 27 de dezembro de 2008, e acordei ao lado do amor da minha vida. Era dia 27 de dezembro de 2008, e perdi meu melhor amigo, meu cuti-cuti, o melhor homem que conheci. Não arrependo de nenhuma decisão que tomei, mas cada detalhe, cada lembrança dói minuciosamente. Há um vazio que empurra minhas lágrimas, porque foi VOCÊ, foi com VOCÊ, meu amor incondicional que sempre segurou minha mão. Não compreendo. Era para eu estar feliz agora. Mas é VOCÊ, entende? Você que colocou sua carteira durante um ano e meio ao lado da minha, que me irritou durante as aulas, que escreveu os mais lindos bilhetes nos meus cadernos, que me emprestou uma blusa de frio quando eu tinha frio. Meu companheiro d efuga, meu poeta, meu sonhador, meu cavaleiro, meu porto-seguro, meu chão, minha luz, o elo com meu passado. Foi você que passou tardes deitado comigo na calçada e foi você que só queria estar ali ao meu lado, ouvindo música. Você quem fez um gol que dedicou a mim e me deu o CD mais lindo no Natal. Fomos nós que corremos a noite, que falamos de tudo, que deitamos na rede, que tomamos vinho em frente à fogueira. Você que torce para o mesmo time que eu, meu judeu, meu anjo. Queria lhe dizer que amo deitar no seu colo, amo seu abraço e a sensação de proteção que ele me traz, MEU GRANDÃO. Hoje cedo uma grande amiga conversou comigo na internet e ela estava de luto. Luto por uma amiga que havi falecido. E mesmo sem eu conhecer a garota falecida, senti algo muito forte. E comecei a te colocar no lugar daquela garota. Se você estivesse morto eu não suportaria. No meio do ano você mudou de escola, eu não te via sempre, chorei muito, mas você ainda estava dentro de mim. Eu não me sentia só. Agora é diferente. Eu não te sinto mais, me desespero ... Nossa amizade era minha concepção de eternidade inabalável. Sabe do que eu mais sinto falta? Por mais que eu estivesse em cacos, você sempre me chamava de VIDA ... e eu de repente ganhava forças, me sentia viva novamente e mais que isso, alguém especial para outro alguém. O que me machuca é que eu, como sua melhor amiga, deveria ser a responsável por enxugar as lágrimas que outras mulheres deixariam derramar em teus belos olhos. Mas foi eu mesma a escolhida pata te dar a primeira desilusão amorosa, para te deixar triste e choroso. Nada vai te substituir em mim. Meu melhor amigo, meu melhor presente, meu irmão ...

E eu que já andava triste, dei a morte de um NÃO a quem me chamava de vida. Nesse vai e vem vou morrendo aos poucos enquanto essa ausência se faz presente.

O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempreIntimidades, brincadeiras, só a gente entendePra quem fala que namorar é perder tempo eu digo:Há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigoJuntos no balanço da rede, sob o céu estreladoSempre acontece, o tempo pára quando eu tô do seu ladoA noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejoComo eu queria estar contigo eu paro e faço um desejoPensa em mimQue eu tô pensando em vocêE me dizO que eu quero te dizerVem pra cá, pra eu ver que juntos estamosE te falarMais uma vez que te amo

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

O Natal foi cancelado?







Fui deitar no dia 23 com um singelo sentimento de solidão. Confesso (um pouco triste) que não senti nenhum pouco o clima natalino das vésperas que eu tanto amo, nem agi com o tal sentimento que nos faz melhor no fim do ano, mas essa noite... Doeu. Doeu como um furo de agulha grossa na ponta do dedão do pé. Senti como se eu tivesse acordado de uma soneca vespertina, daquelas que você dorme demais, perde o horário e fica com o corpo mole e indisposto pro resto do dia. EU abri meus olhos e pensando no Natal, imaginando como seria tudo ... chegou na parte que eu ia à sua casa, e como todo ano você me daria o presente mais carinhoso possível, cheio de bilhetinhos e balas e chocolates, e os vinte reais sagrados ... E sua casa teria cheiro de bebê novo como sempre (como vida), você contaria das suas dores, faria a gente rir, ouviria sobre a rotina corrida da minha casa e com os olhos puros e cheios de esperança você simplesmente olharia pro rosto da minha mãe e falaria “Oh fia não fica assim. Eu vou ganhar na sena e ficar bem rica e dar uma casa para todo mundo!” Depois me encorajaria a sonhar e a amar de novo. Quando a gente se preparasse para ir embora você traria os potes cheios de doce e eu encheria as mãos e os bolsos, só pra levar um pouquinho da sensação de infância e felicidade que a sua paz me despertava. Mas hoje é dia 23, bisa. Eu vou fazer a tatuagem que eu sempre sonhei e queria tanto que a senhora visse! Provavelmente acharia uma judiação fazer isso na minha pele de “porcelana”. Nona, nona. É dezembro de 2008, dá pra acreditar? Estou com dezessete anos e ainda guardo com carinho a minha foto, saindo da maternidade nos seus braços.E eu tenho tanta coisa pra lhe falar ... como vão as coisas nesses campos floridos de laranja e azul? O biso ainda veste aquela camisa branca larga e corre de mãos dadas com você nessa alegria toda? Vocês ainda estão jovens e apaixonados? Hoje a saudade me cortou, bisa. Nesse Natal não vou à sua casa à noite, nem vou comer torta de frango, nem vou beijar sua cabeça branquinha.Tudo se desfez como pó, e chegou meu cansaço de novo. Queria tanto que você estivesse aqui. Estou com uma sensação estranha esses dias, sinto seu pedaço arrancado de mim, sinto tudo como uma última vez, tudo novo e ao mesmo tempo morto. Ah! Bisa ! Aqui na Terra as coisas não andam muito bem, seus olhos têm sorte de não ver tanta falta de amor cada dia mais. Nossa família não vai muito bem também, anda bem desunida e isso deve estar de deixando triste.Me preocupo com a sua tristeza.Intercede por mim (bisa) para que eu possa encontrar uma chave anti-desabamento. Mas a Maria está um bebê lindo, bisa. Eu sei que algum dia ela ainda vai comer seu doce de abóbora!Saudade dos seus gritos de gol. Não, não adianta. Eu definitivamente odeio a morte, não aceito, não compreendo, repugno. Meu amor só aumenta cada dia mais, e a saudade que o acompanha cresce da mesma forma. Mas a tal da morte não me deixa aliviar essa dor que sufoca. Sei que você está olhando por nós, cuidando de todos como a mãe maravilhosa que sempre foi. Mas hoje eu precisava do seu colo, hoje não entrarei na sua sala vazia para sentir o vazio da sua presença .Bisa eu te amo, por todo o sempre ... e não há Papai Noel que possa me dar o que eu mais queria: a melhor mulher do mundo de volta para o meu lar.


Feliz natal!



E não! Isso não vai cicatrizar, nem tente me convencer ...





"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."Rubem Alves

Fui deitar no dia 23 com um singelo sentimento de solidão. Confesso (um pouco triste) que não senti nenhum pouco o clima natalino das vésperas que eu tanto amo, nem agi com o tal sentimento que nos faz melhor no fim do ano mas essa noite... Doeu. Doeu como um furo de agulha grossa na ponta do dedão do pé. Senti como se eu tivesse acordado de uma soneca vespertina, daquelas que você dorme demais, perde o horário e fica com o corpo mole e indisposto pro resto do dia. EU abri meus olhos e pensando no Natal, imaginando como seria tudo ... chegou na parte que eu ia à sua casa, e como todo ano você me daria o presente mais carinhoso possível, cheio de bilhetinhos e balas e chocolates, e os vinte reais sagrados ... E sua casa teria cheiro de bebê novo, você contaria das suas dores, ouviria sobre a rotina corrida de minha casa e com os olhos puros e cheios de esperança você simplesmente olharia pro rosto da minha mãe e falaria “Oh fia não fica assim. Eu vou ganhar na sena e ficar bem rica e dar uma casa para todo mundo!” Depois me encorajaria a sonhar e a amar de novo. Quando a gente se preparasse para ir embora você traria os potes cheios de doce e eu encheria as mãos e os bolsos, só pra levar um pouquinho da sensação de infância e felicidade que a sua paz me despertava. Mas hoje é dia 23, bisa. Eu vou fazer a tatuagem que eu sempre sonhei e queria tanto que a senhora visse! Provavelmente achria uma judição fazer isso na minha pele de “porcelana”. Nona, nona. É dezembro de 2008, dá pra acreditar? E eu tenho tanta coisa pra lhe falar ... como vão as coisas nesses campos floridos de laranjado e azul? O biso ainda veste aquela camisa branca larga e corre de mãos dadas com você nessa alegria toda? Vocês ainda estão jovens e apaixonados? Hoje a saudade me cortou, bisa. Nesse Natal não vou à sua casa à noite, nem vou comer torta de frango, nem vou beijar sua cabeça branquinha. Queria tanto que você estivesse aqui. Estou com uma sensação estranha esses dias, sinto seu pedaço arrancado de mim, sinto tudo como uma última vez, tudo novo e ao mesmo tempo tudo morto. Ah! Bisa aqui na Terra as coisas não andam muito bem, seus olhos não mereceriam ver tanta falta de amor cada dia mais. Nossa família não vai muito bem também. Mas a Maria está linda, bisa. Eu sei que algum dia ela ainda vai comer seu doce de abóbora!Saudade dos seus gritos de gol. Não, não adianta, eu definitivamente odeio a morte, não aceito, não me preenche. Meu amor só aumenta cada dia mais, e a saudade que o acompanha cresce da mesma forma. Mas a tal da morte não me deixa aliviar essa dor que sufoca. Sei que você está olhando por nós, cuidando como a mãe maravilhosa que sempre foi. Mas hoje eu precisava do seu colo, hoje não entrarei na sua sala vazia para sentir o vazio da sua presença.Bisa eu te amo, por todo o sempre ... e não há Papai Noel que possa me dar o que eu mais queria: a melhor mulher do mundo de volta para o meu lar.


Feliz natal!

domingo, 21 de dezembro de 2008

De menor.




(13:05) -:
Pq Talita Confusão?
(13:07) Talita Confusão!:
E exatamente por viver com os pés no mundo dos sonhos mas sufocada pela realidade.Eu sou sempre indecisa,faço as pessoas pensarem demais e questionarem demais.Dizem que eu confundo.Sei o que quero mas fico com medo de agir de vez em quando.Sou uma confusão mental em pessoa...penso em tudo de todos os focos,com todas as respostas e concordo com todas.Ou seja,não xiste verdade absoluta por isso que eu mudo constantemente...pq a verdade que eu sigo traduz o momento que eu to vivendo,e vice-versa.


Acontece que amadureci um pouquinho hoje Ana. Acordei com vontade de te dizer ...
Confesso que cheguei a achar que era doença e que remédios me curariam do labirinto incerto que há em mim. Odeio essa esperança inalcansável da natureza humana, sempre achamos que amanhã será melhor, encontraremos uma justificativa para o que somos hoje. Será que é errado estar confusa? Tudo é relativo na verdade, até a própria verdade é relativa. Nessa busca pelo futuro perfeito esquecemos, ou mais que isso, odiamos o nosso presente. Mas é ele que existe, o futuro é só uma utopia. A culpa sempre tem que ser da química, do outro, do destino, de Deus ... mas contece que minha confusão não passou, não passa. Dura todo o tempo ... e se eu odiar a mim mesma? Hoje sei que isso se chama ingratidão e talvez uma das chaves de minha dor ... latejante, constante, parte de mim. Estaria eu sendo ingrata ao Criador, ao meu passado, à evolução? Meu "ser" de hoje não existe, ele é o nome de um conjunto de histórias que eu mesmo escrevi, de cheiros, de lugares por onde passei ... não importa se já fiz o certo ou o errado, porque até o certo e o errado são relativos. Não interessa o "como seria se" eu tivesse optado por outra estrada ... eu sou esse conjunto agora. Hoje "estou". Nunca "serei", e esta é minha condição de existência, assim como uma equação matemática só que mais complexa, eu não existiria , estando em cacos ou não, se meu caráter não fosse confuso. Eu disse caráter e não minha essência. Minha essência é imutável, e agora encondeu-se um pouco de mim. Sou mutante, mutável, e "minha vida tem sido de passividade e sonho".

"Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará."(Clarice Lispector)

Minha tristeza é abstração, a vida é surreal.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Talita confusão!


Tudo que me vem agora é um cansaço, um cansaço que dói. Tenho a sensação de ter vivido um dia extremamente ensolarado, tomando banho de piscina e o agora já é noite. O sol me queimou e me deixou quente. Minha pele agora se arrepia, não um arrepio de prazer ou de surpresa ou de expectativa, mas um arrepio febril. dái vêm os espirros decorrentes da minha alergia ao cloro, e por mais que eu queira meus olhos não se fecham em uma boa noite de sono. E se você deita na cama seu corpo se balança feito onda, sua cama se transforma em barco e como adormecer num barco? Não, você não quer se afogar... Apesar que essas ondas vêm e vão para o mesmo lugar, não trazem nada de novo, nada de surpresa, você sempre conhece o próxima curva ... e agora afogar-se se torna atraente, porque todo o mistério encantador da vida se quebrou, uma vida sem mistério, sem sonho, é uma vida morta. Não há fome. Não há sede. E muito menos a ausência de alimento e água. As letras de música já não entram mais em mim e eu não quero um abraço.Éhh! Mudei muito... mas esse cansaço não passa. Tenho tanto tempo em minhas mãos mas não sei o que fazer com ele, só conto as horas para dormir novamente. Eu! Logo eu que sempre quis ter muito tempo sobrando para amar a vida agora não encontro razão de viver. Conversava pouco, agora converso menos ainda. Cada palavra que sai é com muito sacrifício, é como se facas cegas rasgassem meu peito. Uma dor dormente, constante, indiferente, mas que suga minha energia vital. Sobrevivo sem notar a cor que passa ou a emoção que me prenda com entusiasmo à próxima hora. Já não sei nem o que eu não quero, nem o que não gosto. Imploro ao meu Deus que me dê ao menos raiva ou ódio ... qualquer sentimento humano que me dê a dignidade de ainda existir. Não sei dar amor mais e me poupe, nem quero receber. Quero o NADA. Estou presa no vazio que separa sanidade de loucura. E essa sensação de tão vazio é tão incerto. Pego-me em anestesia profunda. Se hoje houvesse um eclipse em mim não faria diferença alguma. Será que estou sonhando? Olheiras, palidez e lágrimas... não gosto do que vejo. como pode tudo de tão belo ter ido assim tão depressa que nem pude evitar? Esse texto é um milagre, há dias não consigo fazer nada. Sinto uma pontada gritando: MUDE O MUNDO! Não sei nem por onde começar... é tanta desumanidade que perco a fé. Estou começando a abortar a missão, e daí me perderei completamente. Me tornei desprezível. Alguém por quem você passa na rua, esbarra e continua a não ver. Hoje sou vento leve que bate em troncos ocos e montanhas vazias. Espero que ventos ainda possam influenciar nos climas... AH! Quer saber a verdade? Tanto faz ...

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No dia do samba, foi num drama que eu dancei.




Grandee humanidade! Grandee arte humana de adaptar-se a tudo! É realmente muito fácil aceitar as coisas como são, obedecermos à uma regra maior que nem sequer sabemos o que ralmente é, chamada tempo... com seu paconte fulminate de horas, dias, segundos, minutos... Tic tac ; tica tac ! O que me envergonha é saber que pertenço e ajo como essa raça de seres que gostam de coisas fáceis e que vão aceitando essa vida curta sem protestar pela liberdade real.
O tempo passa e a gente se acostuma a tudo. Erros e desculpas; frieza no namoro ou na família; vícios e obrigações; calar diante de quem duvida dos nossos sonhos loucos e assim mesmo de graça desistirmos deles, para melhor se encaixar nessa sociedade feroz. A gente se adapta á mudança de fuso, à mudança de clima, à mudança de casa...
Bela e mesquinha arte humana de renegar seu próprio instinto para seguir regras de não revolução, de opiniões alhieas, de ver tudo e ficar calado. o que, teoricamente, nos distingüe dos outros seres vivos é a capacidade de raciocinar, de falar, do tato, do pensamento, do agir diante de alguma injustiça ... Mas preferimos nos configurar como impotentes ou cansados ou acomodados demais para mover-se e mover o que há. Acabamos como mortos-vivos, com o destino comum do falecimento, deficientes físicos por opção. O mundo é grande demais e espera por cada um de nós, mas insistimos (acho que por egoísmo nato ou preguiça dos deuses) em nos manter em nosso próprio mundo, isolados de todo o resto. Afinal, o resto é resto e só queremos nosso próprio conforto.
Enquanto isso as rugas vão surgindo, a idade vai avançando e quando você se dá conta vê o quanto deixou de saber sobre ser humano, vê que passou toda sua vida curta sentado em uma carteira copiando tendências, de braços cruzados, em coma profundo. O que é pecado para você?Será que é desobedecer as leis da sua Igreja ou permanecer trancado em si mesmo pelo resto da vida. "Bobeira é não viver a realidade!"
Hoje não consigo pregar os olhos, porque um filme me despertou do estado de coma. Estou ardendo na fúria e na angústia de cada cena que assisti.Cenas reais, que me cercam o tempo todo... mas que eu, deficiente, não enxergo.
O nome do filme é 2h37, isso mesmo : Duas horas e trinta e sete. Vou logo avisando que é um filme barato e alternativo, não vá esperando uma produção bilionária cheia de efeitos especiais. A história? bem... é um fato, que é uma teia que liga todas as situações num simples fato.Não teremos uma ficção que os personagens e a história só começam a viver no filme e para o filme, e depois morrem num "felizes para sempre". Os personagens já existiam antes do filme, o filme é apenas uma filmagem de um fato que abala o cotidiano de seres distintos, numa escola para adolescentes. É um filme cheio de cenas pesadas que insistimos em tapar com a peneira nessa sociedade falso moralista.
Eu te desafio, leitor... Quero ver se tem coragem de se deliciar com a cara obcessiva e nojenta do nerd sexo-maníaco Marcus; com o desprezo e dor absurda enfrentada pela doce Melody; com a sonhadora, 'gostosona' e bulímica Sarah... te desafio a sentir na pele a compaixão pela inocência e chacota vividas por Stevens; a repugnar o hipócrita, covarde e fútil Luke; e assustar-se com o vocabulário sujo do descarado, drogado e homossexual assumido, Sean. te convido a dividir com os outros além de você diversas cruzes e faces do preconceito! Abandone seu mundinho por algumas horas e tenha dignidade pelo menos dever o mundo que não é você. Porque se per,anecer fechado em seus próprios problemas, tudo que acontecer em volta, tudo você poderia ter interferido se tirasse as vendas... esse tudo será cobrado e a culpa é sua. Só sua. culpa de quem não fez nada para evitar ou quebrar o gelo que enlouquece.
Enquanto você vai brincando de teatro ou de sobrevivência, alguém muito diferente de você vai fazendo o mesmo. As difernças existem não apenas para serem respeitadas, mas para serem compartilhadas. O que você não sabe é que todo mundo chora, todo mundo já riu algum dia e que todos vão morrer comidos por vermes, vermes sem preconceito que tratarão toda carne com igualdade. Esse tempo ridículo armará outras tantas ciladas para mim e para você que chegará a um ponto que não poderás mais dormir, nem comer e o remorso é tudo que te restará.... num grito, num choro, num frio que não passa. Cuidado! Você não está sozinho em casa...







segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Longo e reflexivo.



"Enquanto eu imaginar que 'Deus' é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus.Eu, que jamais me habituei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo da minha vida maior não se fará. enquanto eu inventar Deus ele não existe."(Clarisse Lispector)


Advertência: Se você procura aqui argumentos que comprovem ou não a existência de Deus, vá ler outro blog. Sou agnóstica.Ah! E quem não sabe o que é agnóstico, vai ler um dicionário.

A vida é um mistério, e a ciência vive em busca da chave do que está escondido por trás do inexplicável. O homem perante a beleza das flores, a perfeição da gestação ou na contrução de uma célula diferente, apoia-se na figura singular de Deus.Esse Deus é atribuído como criador do amor ou da falta dele, do destino, da saúde, das cores, dos cheiros e dos gostos.Deus que mantém a batida do núcleo terrestre sem cessar. Deus que cria os homens e o maestro perfeiço de tudo que não se entende ou que se admira.O Deus sem face.

Daí surge o homem, de forma totalmente contestável e incerta, numa hora desconhecida de parto da história. Esse homem cai como uma pluma no mundo nu do Deus sem face e vai modificando-o.Seus passos, antes leves como uma pluma, vão pesando como bomba. O homem passa a colocar 'sua cara', numa espécie de decoração, no mundo nu do Deus sem face. Arranca as árvores e põe concreto, desvia os fluxos do rio e coloca onde lhe convém, mata animas e retira as cabeça raras para enfeitar suas salas. e nesse fluxo de mimos,vaidades ou avanços científicos, o homem aprende a brincar e Deus. Só que não existe um só homem no planeta, eles são bilhões. São bilhões de mentes distintas, cada uma com seu pensamento de mundo. e o homem passa a ser 'o lobo do homem'. O mundo passa a ser a orgia dos deuses em busca do reino absoluto e seus súditos.

Surge então as 'ideologias', que é um conjuntos de pequenos deuses com semelhança de mundo pensado.A primeira a subir no trono é a 'ideologia' Igreja, a deusa com cara de Clero. A deusa de testa franzida e autoritária, da que amedronta e pune.Deusa monogâmica e sem sexo.Deusa da fogueira. Deusa que arma um céu de perfeição e entretenimento para manter seus súditos engessados e horrorizados com o ranger de dentes do inferno de fogo.Fogo da fogueira da própria deusa. A deusa, por não ser deusa coisíssima nenhuma dá brechas hipócritas e escandalizantes, e um súdito qualquer ouve seus erros. Maquiamos então um novo rosto para deus, o deus reformado: um deus sorriso, de luxo e riqueza. Deus fica burguês.Num outro canto deus já veste outra mascara: o deus profeta, que não come carne de porco. Deus poligâmico e masculino.Deus barbudo que esconde seu rosto de mulher. E deus vai pagando constantes cirurgias plásticas... vira orixá alegra, bigode de Hitler, bonecos de voodoo, bebe o sangue de carneiros, dessepa clitóris de prazer, ora namora heterossexuais, ora aceita homossexuais, circunsida judeus... Deus vai sendo gueera de deuses; deus ariano que extermina deus judeu; deus cristão que mata deus mouro; deus católico irlandês que devora deus protestante irlandês; deus palestino que explode deus semita; deus branco que 'civiliza' deus negro; deus ocidental que defama deus oriental; e tudo isso numa reciprocidade incrível entre todos eles. Na orgia dos deus de olhos puxados ou claro ou escuros, o deus sem face vai sendo platéia ignorada. o único traço comum a todos os deuses dos homens são os olhos: olhos cegos. Deuses cegos que não enxergam o poder do Deus sem rosto. Ninguém vê o óbvio.

A natureza caótica procura lembrar os deuses homens que para brincar de Deus tem que respeitar a maior regra de um Deus: a vida. E a natureza chorosa resolve brincar de vida com os humanos e manda suas catástrofes, em que percebemos que a vida realmente é um brinquedo frágil que pode ser arrancado por qualquer vento mais forte que a gente não pode controlar. Deus não está nas sinagogas escandalozas e nem no ouro que decora as taças de vinho.O grande erro humano foi querer vestir e mascarar o Deus sem rosto. Se Deus veste nossas fantasias de carnaval, prefiro que Ele não exista. Deus está em tudo que não tem um rosto humano. Deus está lavando com água e sabão o blush que lhe passaram na bochecha, ele só quer ser um Deus não inventado e que não precisa agradar a opinião dos outros como os seres humanos. Profeticamente ou não , mais cedo ou mais tarde sua invisibilidade será notada e veremos o rosto furioso de um Deus sem bigode, sem piercing, sem face.

" Eu acredito no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram."


















quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quando estoura a bolha da sola do pé...


Cena: estudante de cabelos medianos,ruivos e com mexas roxas,de altura mediana, olhos e pele claros colocando data numa folha de caderno sentada numa carteira da escola.
"Hummm... hoje é dia ... 7 de novembro de 2008 ... 28 dias... PARA O NATAL! Mas já?Meu Deus!"
(Lágrimas)
Lembro-me bem do começo deste ano. Ouvi dizer, segundo o horóscopo chinês, que este seria o ano do rato, portanto passaria ligeiro, efêmero e fulgás... um perigo em correria constante que só nos damos conta de sua existência quando enfim passa por nós. Daí pensei: "Balela! o tempo não acelera... seu ritmo é o mesmo todos os anos, não tem lógica."
E me vi cheia de sonhos, planos, vontades e novidades. Namoro novo, amigos novos. Aquele ar palpitante e quente me dava a impressão de que desta vez estaria madura e sábia o suficiente para viver intensamente os dias que me foram dados.
Balela?Faz-me rir o modo pelo qual somos constantemente traídos por nossos próprios pensamentos.Não sei se o horóscopo chinês teve algo a ver com isso, confesso que não ando muito mística ultimamente. Sei que é normal fazer planos e frustar-se diante de nossa pequenez perante a vida, isso é óbvio. Mas esse ano foi anormal para mim.Foi um ano de viver na corda bamba, economicamente ou pessoalmente falando.Foi o ano da indecisão... (da carreira, do amor, da amizade, do que fazer) ... que decidiu o próximo futuro do mundo: na crise, nas eleições municipais, nos direitos humanos. Barac nos EUA, suspensão do casamento gay na Califórnia, o caso Eloá e Isabella Nardoni, a Guerra entre Rússia e Geórgia... O ser humano louci e frio buscando desesperadamente a salvação para o mundo furioso e quente, muito quente. Ao meu ver a solução para o aquecimento global é a seguinte: sugar a frieza e a desvalorização da vida dentro de cada coração humano, estocar num recipiente gigantesco e lançar sobre a atmosfera pelante. Pronto! Corremos até o risco de voltar à Era Glacial!
Tantos aniversários... a Constituição de 88, o histórico ano de 68, a imigração japonesa, o Machado de Assis,etc... Tanta vela soprada para comemorar tanta falta de vida!
Satatus: Meu peito queima por dentro com a dor (gigantesca dor) de todos os tombos que participei ou presenciei em 2008; dói cada veia por tudo que deixei de fazer, de amar, de sorrir; arde em mim o rosto de quem deixei para trás, de quem deixei com fome, de quem deixei com sede e frio.Me apunhala cada virtude minha que contradiz, por mim mesma e me tornei tão igual; cada lugar que deixei de estar; cada 'bom dia' que não desejei. AH! Perdi tanto! E apenas arrepender-se seria fácil demais. Sinto-me então anestesiada que me torna impotente diante do tempo que desperdicei, e com "saudade de tudo que eu ainda não vi".
Agora já é novembro e o ano do rato passou quase voando por mim, entrou num buraco na parede da minha própria casa, sem que eu, já caída no chão, pudesse apanhá-lo.
O ano de 2007 foi perfeito e completo demais, 2008 tinha mesmo de ser tão dolorido: é a lei do maldito equilíbrio vital e muito prazer só se cura com muita dor. Não entendo qual o pecado em estar tão feliz. Só sei que a vida trabalha para mesclar uma pitada de dor e uma pitada de alegria em cada curva que temos pelo caminho. Deve ser só para isso mesmo: sangrar,sangrar e sangrar e vermos, humildemente o quanto somos insignificantes diante das forças ocultas. Vai ver a vida é sado-mazoquista, visto que dói em mim e reflete nela, porque se eu deixo de existir a vida também some.
Mas ainda é novembro e tudo isso já me dói...e me grita,e me chora..e me chama....

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Quereres,por mim







... E para falar a verdade tenho mesmo é medo, muito medo, sufocante medo que esse amor se ponha com o sol de hoje.Toda possibilidade de história foi apagada de mim,essa foi minha condição para livrar-me da faca cega que abandonaram em meu peito.Sentir....Prefiro mantê-lo em segredo, sem pitacos, sem platéia. evito procramá-lo, berrá-lo a quem esta canção significa nada.Pra que anunciar se poso sussurrá-lo em tuas orelhas frias e te fazer perder noites de sono com o impacto do meu ar?Posso fazer bebê-lo da minha sede por teus beijos quentes, macios, doces e molhados.Posso fixá-lo em teu peito numa pele de arrepios regada a suor e perfume com o toque suave de minhas mãos pequeninas em uma noite de amor.

Melhor descobrí-lo aos pouquinhos, pedaço a pedaço, do desconhecido novo.Quero cheirar-te e olhar teus olhos perdidamente, perceber nos seus cachos as ondas do mundo, um mundo bom. Anseio notar-te no caos de chocolates, almofadas, chuvas e palavras soltas.Quero emaranhar-me nos teus abraços fortes, seguros... que me completam como um par de peças de quebra cabeça. Sinto-me brasa. Sinto-me forte.grito um fúria gigante e aposto em tudo isso para derreter a dormência que te mata. Quero ter em mim a dúvida incessante de simplesmente 'não saber o que sinto' para buscá-lo saber mais e mais, sem cessar.Quero ter em mim a incerteza sádica do seu "te amo ou não" para mostrar-te que , apesar de jamias ter me entendido a mim mesma , eu posso ser um eu quase bom. Quero-te assim sem máscara, nem maquiagens, nu, cru, natural... Quero voltar pra selva que Deus criou,minha raiz para recuperar o fruto perdido de Adão e Eva. Numa pureza importante e rotineira...que vai e volta..vai e volta... E quer saber mais? Não me importa que me ame em demasia ou igualmente a meu modo de amar. Só quero manter-te em meu peito quente e morrer amando a vida, morrer de amor.

terça-feira, 19 de agosto de 2008

"Essa não é mais uma carta de amor..."



..."e quando o professor falou que quem falta aula não vai passar no vestibular todo mundo olhou para sua carteira..."Vivas ao moralismo social!
Lógica:meus colegas de sala,diretores e até meus pais me olham de uma maneira indiferente motivados por um pré-conceito:decidi que não vou seguir padrões dessa sociedade feroz,procuro ser livre e realemnte NÃÃO frequento aulas que não gosto.Não é que eu não goste de estudar,adoro.História,Sociologia,Debates...
Antes fosse gastar mais de dez horas do meu dia para adquirir conhecimento.Não é bem assim.Aula á tarde,de manhã,sábado,domigos e feriados.Não durma.Não saia com os amigos.Não pratique esporte.seja bonzinho e se mate,entre em depressão,vire marionete para passar na Big indústria do vestibular!
Sabe quando você vai num rodízio,se empanturra e ainda tem que comer a sobremesa (que não cabe) só porque voc~e pagou?Pois é.O ensino brasileiro não é diferente.Te compram e você acredita estar sendo um bom garoto.Venda suas idéias num brechó.Te enfiam na guela aquele conteúdo massante,ilógico,cansativo...te fazem mastigar,triturar,devorar,te pressionam,tiram seu sono...Aí você engole!Mas nem pense em vomitar como os Antropofágicos,senão serás taxado de rebelde sem causa e a penalidade é a exclusão."Be right!"
O Humberto perguntou quanto vale uma vida,acho que já tenho minha resposta.Você vale o número de horas que passou sentado numa sala de aula.Não!Não perca seu tempo com a filosofia,nem selecione o que escuta,nem pense em conhecer o mundo.Não abrace árvores,não brinque com os animais,não saia para andar de bicicleta sábado de manhã,nem converse com mendigos.Tem um monte de apostila empilhada no teu quarto escuro esperando para você reproduzir os exercícios mais tenebrosos.
Esquecem de ensinar o porquê de conhecer.memorizamos o que devemos marcar no gabarito de fim de ano.É como se só fôssemos considerados humanos e dignos se passássemos no vestibular.e isso todo mundo quer.
Senhoras e senhores,amor não é algebra.Um beijo não se calcula numa equação.A paz interior não está sendo copiada de slides.O café que sua vó fez para esperar uma visita sua não vai permanecer quente até que você enriqueça.tudo morre.Tudo esfria.menos seu maior tribunal e a mais dura condenação:consciência plus remorso.
Esqueça Nietzsche ou Mário de Andrade ou o eclipse que se passa lá fora.Complete o terceiro ano,passe no vestibular e tenha uma vida frustrada.Não interessa o tmanho de seu medo nem de sua maturidade para tal.Você,engessado,tem de seguir a sequência.
Hoje me senti um lixo ao ver olhares me fuzilando.E isso machuca muito mais que qualquer outra arma.Percebi que meus pais só terão orgulho de mim se eu não falatr mais aulas e abrir mão das minhas ideologias.Sou vagabunda,pervertida,pecaminosa,preguiçosa,irresponsável...e não perco meu tempo nessa idiocracia.Me chamem do que quiser,não me importa.
Aliás, " se tudo que é sólido se desmancha no ar"... tudo que eu faço de bom por quem amo,todas as vezes que perdôo,que amo,que sacrifico é em vão,porque uma simples diferença ideológica ou comportamental pode passar a borracha em tudo de bem que tenho feito.Sim,um segundo pode apagar as 24 horas que você tem pela frente.E assim prossigo doendo,mas persisto em mim.
Diria Renato russo em meu lugar.."nos deram espelhos e vimos um mundo doente".É mesmo uma pena.Você vale o número de horas que você passa na escola.Vou muito além "e não mudo minha postura só pra te agradar".

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

"Ontem minha mãe chorou..."



Final de semana passado meu pai deu dinheiro para mim e minha irmã irmos à Brasília visitar umas amigas.Na volta não havpiamos gastado tudo...então dividi a sobra com a maninha.Ela gastou sua parte no shopping com uma amiga e eu resolvi guardar a minha metade para sair com "as meninas" durante a semana.Ma terça feira resolvi sair com uma amiga logo após minhas aulas do período vespertino.O combinado éramos correr e depois sair para comer alguma besteira por aí.Quendo eu estava de saída abri minha carteira e vi que meu dinheiro não estava lá.O sangue me subiu a cabeça.Liguei para minha mãe na hora.Ela adora fazer unha e era dia de manicure.Eu comecei a gritar com ela no telefone,disse que odiava quando ela mexia na minha carteira.Ela disse que tinha pego o dinheiro para comprar água.Mas eu retruquei dizendo que queria o dinheiro AGORA e era pra ela levar MEU dinheiro onde eu ia correr.Na minha segunda volta na pista de corrida ela buzinou e me entregou o dinheiro.A cara amarrada que ela e minha irmã estavam me deixou com mais raiva.EU é quem tinha razão.O dinheiro era MEU.Corri e quase estourei de tanto comer.Cheguei em casa sem muitas palavras e fui direto pra cama.Minha mãe não estava em casa mas quando ouvi ela chegando até pensei em pedir desculpas pela briga do dia,mas acabei adormecendo.No dia seguinte não fui à escola.Minha irmã acordou:

"Ontem minha mãe chorou...Por isso que eu 'tava' daquele jeito.Ela disse que queria ter muito dinheiro 'pra' poder dar 'pra' gente tudo que ' a gente' queria."

Bang!Dez reais...Chamem do que quiser..facada,prédio caindo nas minhas costas ou o mais simples :remorso,consciência pesada.Esse é o pior e amis cruel tribunal.A mais dura sentença,mas a mais correta justiça.Como posso ser esse monstro?Trato quem pisa em mim ou qualquer estranho da rua com o maior carinho do mundo,entretanto sou 'capaz' de gritar e ferir a mulher ue me esperou por nove meses e esperaria pela vida toda por causa de dez reais.Ela nunca me abandonou,nunca me traiu,nunca me decepcionou...foi sempre confidente,transparente...Minha mãe,minha heroína.Aquela que deu e dá todo santo dia sua vida,sua energia e sua juventude para meu cresciemento,para meu sucesso e para minha felicidade.Aquela que trabalha das sete às onze da noite para não deixar faltar nada em casa.Aquela que não me deixa desanimar,a que tem sempre os melhores conselhos e está sempre a sorrir e cantar para a vida.Deus,perdão pela minha ingratidão e pelo meu egoísmo.Por minha rainha trocaria mil vidas ou mil reinos só para enxugar cada lágrima que EU fiz olhos tão doces derramar e te ver dando novamente o sorriso mais lindo e mais puro que eu conheci.

"Deus em um dia desprevinido resolveu criar sua mais bela obra prima:pitadas da beleza de cada florzinha;a coragem e a persistência dos maiores heróis;a força de todas as feras;a liberdade em cada vôo de borboleta;a fragilidade e a pequenez das asas de um beija-flor;o perfume dos mais vistosos frutos;o amor dos filmes de romance;a dor e a doação de cada contração de parto e o brilho de todas constelações...Combinaram em teus olhos verdes,teus lábios de maçã,seu rosto magro e delicado,seu cheirinho de confiança,suas pintinhas ruivas de sol,seus cabelos de paina,seus corpinho de boneca,e em seu espírito de criança.Deu-lhe o nome de Vanessa..e designou a ela o poder de governar vários reinos por aí.."(texto de uma carta de infância)

E quando acordo sábado de manhã é só sentir o cheiro de café fresco vindo da cozinha para saber que a vida amanheceu e que ELA está de pé me esperando."Honrai pai e mãe..."