quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Memorial do Gentileza.

























Tu tens voz, moço!

Então usa esse poder com mansidão
Como instrumento de gentileza
Porque tal qual o poder de um olhar
É o da palavra que não volta

Usa tua fala com candura, seu moço

Porque tal qual um olhar
Pode tua palavra me viver ou me matar

Cuide para não me assassinar com tuas letras

Que essa vida já é dura demais, moço

As frases ardem, cortam e não voltam não

Mas se usadas com sabedoria
Podem ser o jardineiro que colhe,
Que leva, a paz e as flores.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Aos livros.


Como o homem foi capaz de inventar uma coisa tão fantástica quanto os livros? Sinceramente essa dureza diária e extensa ganha sentido quando chego em casa tarde da noite, tomo um banho cheiroso, molho os cabelos que é para expulsar a fumaça, como uma comida quentinha, com gosto de mãe... e depois de tudo isso deito naquele sofá iluminado e me escondo atrás das páginas de um bom livro. É no fim da noite que meu dia nasce. Livro é o meio de transporte para o mundo sozinho, em que posso ser tudo, sem cansaço e ainda beber da fonte da beleza que os olhos enxergam, que é pra enfeitar a rotina. Livro é minha luda-de-mel de cada dia, um atalho para a liberdade no meio do sufoco. Meu descanço. O tirar dos sapatos apertados e quentes. Minha prece antes de dormir. Benditos e perpétuos sejam os livros bem escritos!

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Com a licenca de Shakespeare....


Já viu quantos textos existem falando sobre o que a maturidade nos ensina? Acho mesmo belo acreditar que as coisas que aprendemos são repletas de beleza, d'até vontade de aquilo tudo ser verdade. Acho que os poetas de antigamente tinham menos cimento nos olhos, ficava mais fácil ver a beleza depois de uma grande queda. A queda tinha altura determinada. Parece que o século XXI é uma queda livre. A beleza na minha opinião não está nas coisas que você percebe no final, acho que está nesse cair desembestado e mesmo assim declarar que se é feliz. A beleza está em se sentir completo com tanta coisa faltando ou com tanta coisa sendo arrancada de voc6e o tempo todo. O mundo é uma desconstrucão constante de tudo aquilo que um dia você acreditou que fosse a verdade que te faria feliz. Hoje deu vontade de falar sobre o que eu aprendi, numa linguagem moderna, numa verdade real e atual. A maturidade me ensinou a ter menos amigos. Não fique com pena, foi uma opcão. A vida caminhou bem melhor quando percebi que muito é apenas quantidade, e muitos amigos podem te causar uma dor de igual grandeza. Então é melhor optar pela qualidade de me dar e receber muito mais, muito melhor, questão de intensidade, dedicacão e lealdade. Lembra daquela teoria que diz que seus amigos verdadeiros não se igualam a quantidade de dedos que você tem na mão? É pura verdade. E a novidade é que isso não é nada ruim e muito menos sinônimo de solidão. O fundamental é mesmo sua família, que é carregada de defeitos. Em família a gente se regaca, expõe-se ao avesso e sempre se ama no final, apesar de quase tudo. Perdoar é realmente muito bonito, mas como diria Quintana: Que trabalheira! Quase ninguém perdoa por completo e quem pede perdão quase sempre fica com o orgulho ferido. Dinheiro é mesmo uma merda, tudo é comprável no mercado e sem ele você não faz nada. Nunca pensei que chegasse aos 19 anos sem carta de motorista, mas a prioridade de ter um carro saiu de cena para dar lugar às minhas 8 viagens anuais à paz das cachoeiras. Virei aventureira. As pessoas que desrespeitam seus hábitos vão te irritar, por exemplo pessoas que jogam papel na rua me irritam e isso, esse pequeno detalhe, pode me impedir sim de desenvolver uma amizade com tal pessoa. Dos meus erros passados herdei muito mais nojo, que aprendizado. Você é uma galeria de coracões partidos. Achou que ia ser sempre a vítima da história? A mocinha que amava platonicamente? Tcharam! você, logo você, já partiu e vai partir outros coracões até o fim da sua vida. Todo mundo é um pouco muito vilão. comer chocolate todo dia engorda. Fazer trocentas coisas por dia não será mais tão possível, porque o corpo pesa, o fôlego diminui e o cansaco aumenta e você, meu amigo, pede arrego. E dentre as coisas que voce deixa de fazer devido ao cansaco, a atividade física ocupa a preferência. As pessoas fazem e insinuam sexo o tempo todo. Fazem sexo sem amor. E sexo nem é tão bom assim como você pensava. Então não se assuste quando te proporem um ménage, isso acontece com grande frequência na era do hedonismo. A capacidade de absorver um idioma ou um curso é diretamente proporcional ao quanto você e seu bolso são responsáveis por você, na idade adulta é muito melhor, mais sério. Se escolher não ser preconceituoso, por favor, faca isso por você. Não quero ter de ver mais pessoas tornando-se skin-heads depois de perceber que o mundo não vai deixar de ser preconceituoso se você não for. Nào seja fanático por religião, a ponto de perder sua capacidade de criticar e transformar em volta. Faca de tudo que for possível para não ter de depender da bondade alheia, as pessoas são ruins e de repente você vira refém e vende sua liberdade por muito pouco. Infelizmente, hoje enxergo o sexo masculino, com duas ou três excessões no máximo, como uma máquina reprodutora e selvagem. Homossexualismo é consequência da destruicão da família, e não o contrário. Todo mundo se cala no final. para passar no vestibular tem de estudar e isso só depende de você mesmo. Existem pessoas que têm só um grande amor da vida, mas existem outras que amam várias vezes durante a vida e isso não é pecado e nem banaliza sua capacidade de amar. Não existe uma lei que te impeca de amar mais de uma vez. Se você namorar, vão dizer que ele nào presta. Se não namorar ninguém vão dizer que é gay. Se nào gostar de sexo, vão dizer que é brocha. Se gostar, dirão que é tarado. Se for gordo, que precisa emagrecer e se for magor, que precisa dar uma engordadinha. Ou seja, não espere nem reconhecimento, nem agrado. Compre belos e grandes fones de ouvidos, com uma potência que te impeca de ouvir o mau tom alheio. Qualquer som que vaze, vai te machucar sim, afinal você se importa e muito com o que os outros dizem. Você e eu somos mesmo um cliché. Então aperte o play numa bela cancão e vá andar pela natureza, porque essa sim é bela e divina.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Rainha Dourada e Soldadinho de Chumbo.




Esse texto de hoje é dedicado aos meus avós. Às vezes nos esquecemos. Qualé? Eu sou de câncer, o que torna esquecer mais espontâneo ainda. Minha calma se perde no meio dessa correria toda. O egoísmo é o ritmo da modernidade. Vivo em funcão do meu emprego, do meu estudo, das minhas refeicões. É tudo meu, entende? E quando tudo fica meu demais, olhar para o nosso ou para o outro vira missão dantesca, falta tempo e sobra comodismo. Eu estressada faco questão de colocar em marcador fluorescente o defeito das pessoas, paciência super saturada. Qualquer pessoa? Não, os mais próximos. É tão fácil ser sorridente com meus clientes. De repente até nossas emocões ficam capitalizadas. Será que é porque eles pagam meu salário? E ainda me perguntam o porquê das minhas preferências pelo mato. Ser urbano me deixa desatenta aos detalhes que me fazem realmente feliz. De repente me esqueco de que minha casa é a simplicidade. Hoje tive um dia diferente. Por precaucão, e gracas ao oftalmologista não trabalhei. E a tarde abriu espaco para que um grande amor meu fosse relembrado. revivido. Falar de amor é tão fácil quando o coracão de concreto permanece gélido. Sentir amor é que gasta tempo, e mestria, exige rebolado e magia. Entre o cafezinho cheiroso, os biscoitinhos doces e risos e vozes roucas só lamentei o tempo que morri de trabalhar ou o tempo que gastei com pessoas que julgava meus amigos ... Pedi perdão pelas vezes que deixei de ver minha vó, toda pequenininha, brigando por mim. Ao invés disso decidi vê-la brigando comigo. Como ela é brava! Luta, argumenta, gesticula em defesa da troca do meu velho colchão como se fosse um grande ideal a ser defendido. Bravo! Eu poderia ter rido de muitas outras piadas do meu avô. Certamente meus avós são partes fundamentais de minhas delícias. E no fundo a gente sempre sabe disso, porque no final das contas é pra cá que eu sempre volto e me encho de paz. Eles têm tanta história para contar! Bom mesmo é esquecer. Como aquela boneca que um dia encontramos no canto do quarto e nos lembramos do quanto é bom brincar. É na perda, quando notamos que estamos sem chão e já não sabemos onde pisar que notamos o porquê de toda essa palhacada que é viver aqui. A saudade é a maior arma da vida contra o egoísmo humano. Eu gosto de ser chamada de "fia", e de ter a barriga doendo de tanto dar risada enquanto caminho com minha vó. Bom mesmo é esquecer, mas para se lembrar depois e antes que a estupidez se torne parte do nosso caráter. Por que sou louca de amor por essas pessoas desde pequenininha? Ah, devem ser as rugas.



P.S.: Desculpem pela falta de cedilhas, coisas de teclado.