terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Para quem queria notícias.



Desliguei a televisão. As luzes ligadas em silêncio fazem o barulho do computador ser tão alto que chega a ser silêncio também. O silêncio mais ensurdecedor. Estar só não é fácil. Bem, na verdade é fácil quando a "auto-companhia" é agradável, quando sua voz não grita de medo, de dor, de angústia, de saudosismo. Todos se foram e de repente notei que estou só. Acho que nunca me notei tão só, e isso me deixa assustada. O tic-tac, que vem lá da sala, me tortura e me traz uma pergunta dificílima mais uma vez ... por que o sopro da vida? Hoje me senti totalmente desimportante, desnecessária, descartável. Como alguns diriam, dramática também. Mas a questão é que isso dói mesmo. Eu gostaria que tudo estivesse diferente, nenhuma faxina ou multirão tem adiantado. Ano desorganizado, inorgânico, desengonçado. Fim de ano aterrorizante, escuro, mortal. Não me reconheço mais porque tenho sido outra pessoa, ando sem chão, sem história, sem conteúdo. Sirvo a um sistema esperando pelo tal ano da transformação. Pelo menos ainda guardo esperança de um 2011 melhor, e que em algum dia da minha vida meus sonhos tornem-se tão claros que enfim eu possa tocá-los. Apenas um bastava para me sacudir essas cinzas, lavar esse presente que me pergue. Já se perguntou se você realmente causa saudade em alguém? De que serve essa existência ( de perdas) se estamos todos sozinhos no final? Sem beijos ou palavras de boa noite. Hoje eu vou dormir só, e qualquer barulho, principalmente os que vêm de dentro, é sinal de perigo.