quarta-feira, 29 de junho de 2011

Que seja cheio de intensidade.



Deixa eu dançar, pro meu corpo ficar odara...
Minha cara, minha cuca ficar odara....
Deixa eu cantar que é pro mundo ficar odara...
Pra ficar tudo jóia rara...
Qualquer coisa que se sonhara,
Canto e danço que dará.

sábado, 25 de junho de 2011


Não pinte minhas paredes. Ninguém tem o direito de pintar, de apagar ou de jogar fora as lembranças de alguém. Minha vida foi encaixotada num papelão e ter a encontrado num amontoado de entulhos não me agradou nada. Me doeu, mais uma coisa que dói em mim de você. Quantas mãe deixam o quarto do filho morto intocado por anos e anos? E eu ainda nem morri. Meu quarto deveria permenecer trancado para sempre. Vi minhas letras empoeiradas, deixadas de lado, ao lado também das letras daqueles que comporam minha história antes disso. Meu verde, você pintou de rosa. Você sabe que eu jamais teria feito essa escolha. Aliás, não há mesmo mais nada lá que seja eu ou um pouco de mim. Você poderia ter poupado pelo menos minhas fotos para que meu sorriso, quem sabe num dia nublado, pudesse lhe trazer luz. preciso acreditar que um sorriso, essa coisa simples e difícil de se dar hoje em dia, ainda pode mudar alguma coisa. Já seria um bom motivo para eu continuar de pé. havia ainda um pouco de vida nas minhas cores, tenho certeza. O meu cheiro ainda está naqueles livros? e as emoções que senti quando os li? Fico com medo de que você talvez os venda, hoje em dia até isso dá grana. Não venda parte de mim, minha alma amputada. Acho que minha vida continua a pulsar aí, talvez em forma do mel que eu tanto amo. Não me esqueça ainda mais. Apesar da grama sufocada pelo cimento, num canto que um dia já foi meu. Curioso é partir e continuar prisioneiro da dor.