quarta-feira, 30 de julho de 2014

Querida irmã.


Você sabe o quanto o silêncio faz parte de mim. É exageradamente difícil conseguir falar quando tudo que o seu coração quer é permanecer calado. Tenho a impressão de que o mundo está em silêncio, parado. A casa vazia parece muito fria sem você e minha mãe por perto. Todos os dias, quando acordo , tenho 5 segundos de impressão que tudo não passa de um grande pesadelo e que nesse novo dia, acabou. Tenho torcido pra que o tempo passe de pressa e que você volte logo pra casa.
Eu não sei se você se lembra, mas quando éramos pequenas, viajávamos nós duas no banco de trás, em meio a edredons e travesseiros. Nossos pais iam à frente. Nós gostávamos de dormir no caminho e um dia tivemos uma de nossas grandes ideias. E se a gente se encostasse, de forma que você deitasse no meu colo e ao mesmo tempo eu deitasse nas suas costas? Neste dia encontramos a posição mais confortável do mundo para seguir qualquer viagem.
Muito tempo depois, na última conferência que participei, a moça abriu a palestra com uma fotografia idêntica àquele jeito nosso de descansar. Ela definiu a imagem como reciprocidade. Simplificando, isso quer dizer cumplicidade. E eu não sei se falo primeiro do nome, do jeito ou da tatuagem.
Confesso que tenho um velho costume de colocar nome nas pessoas de acordo com o que elas significam pra mim. O seu sempre foi cúmplice. Segundo o dicionário, quer dizer  “Alguém que participa de algo”.
Quando a imagem apareceu na tela da convenção, não pensei em alguém que participa de algo. Pensei que estamos juntas, aconteça o que acontecer. Pensei na sorte que eu tenho de te ter como irmã. Estradas podem nos levar a cair, ou bater a cabeça, ou passar em um buraco. Assim como a vida.
Lembra-se da nossa música? Em Contatos, dizemos que não devemos nos desencostar, vá que por acaso falte o equilíbrio? E nessa jornada toda, quando eu olhava pra você eu via o equilíbrio que me sustentava. Não importava o caos que a vida se encontrava ou a loucura que meus sonhos alcançavam. Você sempre estava ali para me apoiar, contra tudo e contra todos.
Eu não me esqueço de tudo que já tivemos que passar. Eu não me esqueço das dores e nem das confidências. E não me esqueço da África.  Você foi e sempre será minha primeira concepção de confiança no mundo. Sei que posso contar com você e que posso contar para você. Mas acima de tudo, eu lembro que passamos por toda essa jornada de mãos dadas.
Seu nome e o meu tem a mesma origem. Assim como nossas vidas. Tamires quer dizer “alta”. E você cresceu muito. Assisti sua alma se tornar gigante e dar orgulho a todos que a cercam. Ficar sem o seu sorriso e suas risadas sem nexo é insuportável.
Se pararmos para pensar, são os irmãos que vão nos acompanhar pelo resto da vida. São eles nossos únicos vínculos com o passado. E tenho certeza que estamos escrevendo uma linda história. Te espero para conhecer a Disney, para ir ao seu casamento e pra que você seja madrinha dos meus filhos.

Me lembro das vezes que você teve que me carregar nos braços. Mesmo com sua pequenez, a irmã caçula, você não me deixou cair quando a minha vida esteve mais escura. Neste momento eu te carrego em meus braços e meu coração bate junto ao seu. Te peço que não tenha medo. Se eu puder pegar seu medo e sua dor e colocar dentro de mim, eu vou buscar. Na verdade tatuamos a alma. Infinito. Incondicional. Indefinível. Incomparável. Amor. Amizade, Esperança. Te peço um grande favor: que você continue a ser meu milagre. Te amo além da eternidade.

terça-feira, 29 de julho de 2014

Santo Agostinho




 “Ama e faça o que quiseres. Se calares, calarás com amor; se gritares, gritarás com amor; se corrigires, corrigirás com amor; se perdoares, perdoarás com amor. Se tiveres o amor enraizado em ti, nenhuma coisa senão o amor serão os teus frutos”.