quinta-feira, 4 de outubro de 2012


Esses dias eu falava sobre placas. Sempre fui fã de fotografar todas. Placas são pontas de imaginação que podem me lembrar coisas, não deixar que eu me perca ou me levar para algum caminho. Também são capazes de me matar de raiva quando são escritas erradas. Nesse dia que eu falava sobre placas, a atividade impressa no livro dos meus pequeninos propunha a criação de justamente: um placa. Adorei. Meus neurônios deram cambalhotas. Placas abrem portas e a nossa destrancou tudo aquilo que não se pode falar dentro da casa de um burguês. Em meio as cores, as mão dadas, o amor estava tão presente que só vinha confirmar o que eu já sabia tinha tempo. Naquele momento não deveríamos estar em outro lugar. As mãos tão claras e tão verdadeiras só podiam ser de crianças. Decidimos saudar quem adentrasse nosso canto com toda a alegria de ser bem-vindo. A placa ficou bela.

Mas há os ossos do ofício. E hoje falei de placas novamente. Acho que o foda não é pendurar na porta do quarto : Don't disturb me! Porque quem perturba vem sem avisar e quem vem sem avisar às vezes traz belas flores e muita paz. O foda é colocar na porta do quarto: Don't disappoint me! Aí sim é ser rebelde, porque a decepção vem todos os dias bater a nossa porta. Daí nada-se contra a correnteza. Não falo de falsas expectativas ou projeções, falo de pessoas com a alma peqquena mesmo, aquelas que são capazes de decepcionar pela falta de um bom dia ou por uma cara mais amarrada do mundo. Decepção dói para caralho. E dói cada dia mais, deixando um buraco. Dizem os otimistas que junto com ela vem a coisa boa que é crescer. Sei lá, meu estômago dói muito.

Agora mesmo já me lembrei de outras placas. As da estrada. Que poderiam me levar muito bem para longe daqui. Encantando meus olhos com paz e com flores.

?

" ... Eu me sentia da mesma forma. Talvez nunca tivesse sido amor o que havia entre nós, mas o sentimento estava lá, forte, sincero e especial. Ali dissera que não ficaríamos juntos para sempre. No caso de Terese, bem, provavelmente não ficaríamos juntos todos os dias, mas havia algo que nos unia, algo difícil de definir, um sentimento que podíamos deixar na gaveta durante anos sem nunca duvidar de que ele continuaria lá. Talvez as coisas devessem ser mesmo assim. "

Harlan Coben - Quando ela se foi.