segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Incompleto.

Uma das coisas que mais me encantam e me assustam é a dualidade da vida. Se um dia é verde, o outro é creme ou sangue. É a imprevisibilidade da vida que me faz perder o sono. Quando o telefone da sua casa toca às 5 da manhã de uma segunda-feira, você reage: põe o coração pela boca. Coisas boas quase nunca acontecem na segunda-feira. Hoje não poderia ter sido diferente. A semana inicia-se com sabor de medo, medo de perder, perder uma pessoa que brilha. Perder alguém de vista é um até logo, dói, mas ainda há o acaso. Mas perder alguém para outra vida, só Deus sabe quando acontecerá o encontro novamente. Nesse dia, vagamos em alerta. À espera do próximo desastre, do resultado do exame. Nesse dia somos colocados frente à frente com nossos fracassos e a impotência nos diminui. O que será que o grande Maestro está fazendo agora? Não é dia de desacreditar, ainda mais em pessoas. Mas é complicado, quando a pessoa a perder a credibilidade é você mesmo e para você mesmo. Dá vontade de ficar quieta, mas não dá. Por causa disso e aquilo, do calor e do céu amarelo. E quando as perdas dependem de nós, ou quando nós poderíamos evitar a perda, um frio retrospecto toma as pernas que bambeiam. Será que poderíamos ter feito mais? O quanto poderíamos ter evitado esta situação? Quem seria capaz de perder tanta gente em uma noite só. Tempo lento, lábio caído, coração angustiado. O fracasso deixa e gente atônito. Com o quê encheremos a alma? A alma que é tanto vazia e que não sabe parar. Como iremos contar o tempo que não pára? A assombrosa estupidez humana! Inesperada. Dia estranho.