sábado, 31 de agosto de 2013


Minha vó acredita na cura pelo amor. É curioso como tal método antiquado contraria as expectativas. Se a cura dependesse de mim, eu optaria pelo caminho mais racional, palpável. O choque da força dura sempre foi a escolha da maioria das partes. Mas ela permaneceu firme, forte, em sua baixa estatura que guarda um coração gigante. E nesses cinco dias ela triunfou. Foi maravilhoso assistir seus olhos brilhantes e suas palavras doces avaliarem o resultado. Minha avó me faz lembrar aquele líder que um dia eu quis tanto tomar como exemplo, o Gandhi. Apesar de todo sofrimento e sacrifício, que se faz necessário, e ela sabe, jamais abandonou suas crenças. E enquanto o mundo todo grita violência, pessoas de paz silenciam. Ao espiar-se talvez cheguemos à conclusão falsa de que nada fazem, quando na verdade é o amor o grande condutor à liberdade. Pode ser que a cura não seja eterna, mas porque você se tornaria humano, senão pela paz de alguns segundos de ternura plena? A violência de uma dor duradoura talvez seja nada comparada à breve paz dos momentos em que o amor toma a direção da nossa cura. No meio de tanto barulho, eu fecho meus olhos e tento escutar quais são os corações que batem junto ao meu. Esse silêncio cala meu medo. Eu ainda não sei o que farei com aquela parte que tiraram uma das coisas que eu mais gostava de fazer na vida. Não posso correr, mas posso nadar. Infelizmente ainda é cedo. E ainda precisarei e muito desses corações - confesso que alguns me surpreenderam- e de seus ombros para que me façam enxergar melhor.

Nenhum comentário: