sábado, 31 de outubro de 2009


Você foi meu primeiro beijo no corredor de uma casa na manhã do meu aniversário. Você foi minha primeira vez num carro. Foi minhas primeiras e constantes brigas em cidade distantes. Foi meu primeiro abraço num aeroporto internacional e sua primeira vez numa casa de pedras. Foste meu primeiro banho de chuva no meu quintal cantado seu Cd. Foi meu primeiro término na nossa primeira ida ao cinema e a primeira vez que chorei ( desmanchei de chorar) no seu colo. Foi minha mancha de sangue numa camiseta branca. Você foi aquele primeiro e único dia inteiro juntos, nosso sábado. Foi meu pedido e resposta de sim, regado à keep cooler de pêssego, na sala de um anjo que quando o mundo ficou contra nós, só ela permaneceu. E foste a zona que fizemos naquelas almofadas. Você foi nosso primeiro jantar, semana passada e meus três meses de esplendor e queda. Você foi meu primeiro beijo numa sala vazia de faculdade, e meu primeiro porre de Heinekein. Foste meu primeiro céu alaranjado algodão doce... minha primeira corrida contra o tempo, pelo centro da cidade à meia noite de um sábado. Foi a primeira vez que passei um dia todo beijando teus lábios, sem pausa. Foste a quebra das minhas amarras com passado e a vitória de conseguir viver outra história de amar. Foste quem me trouxe vida, pelo proibido, pelas cores.. quem me fez acreditar de novo num tal de amor e todos seus preceitos, conceitos e promessas. Você foi a primeira dança no piso branco da minha casa, na sua primeira semana de retorno. E toda canção de amor que era nossafoi mais uma primeira vez da triha sonora que você cantou por mim pela voz de Nando Reis. Foi no seu corredor que não resisti a um último beijo. Foi em seu corpo que descobri a geometria dos triângulos, e foi na sua cama que senti sua respiração pela última vez. Por você tirei minha bermuda e até consegui ficar séria.Você foi a imagem de quem sabia das coisas que estavam por vir. Em você me enojei do drama. Foste o primeiro amor que senti raiva. Foi o primeiro a marcar meus punhos. Foi o primeiro a machucar-me por vontade própria e o primeiro que fez o medo real me corroer as veias. Foste o primeiro que desconheci. Foste a primeira intuição do errado. Foste minha libra e meu arrependimento do início. Foste meu contrário e minha contradição. E de tantas unicidades, particularidades e começos vividos ou que ficaram apenas no fabuloso País da Maravilhas, temo ter sido você, também, a minha primeira morte.

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