sábado, 6 de abril de 2013

Não tinha medo o tal João de Santo Cristo era o que todos diziam quando ele se perdeu.

Sabe andar de avião encoberto em neblina? Não dá pra ver nada, cara. Não enxergo um palmo á minha frente. Como eu previa o final de semana chegou, rasgando tudo o que há por dentro, fora e ao redor. Em uma cidade que eu não gosto não há mais nada que me prenda e por isso essas lágrimas e os socos no volante. o pé vai bem, roxo. Mas dor física nem se compara à dilaceração que está tudo por dentro. Nesse muito tempo que tenho tido para pensar me lembro sempre de uma amiga. Primeiro olho para o meu quarto que está um regaço. Penso, vou te arrumar logo. E o ânimo? Não vem mesmo. Daí eu me lembro dessa amiga. um dia ela me disse que o quarto da gente é o retrato da nossa alma. Putz! Acho que estou perdida. Lamento pela minha mãe, sabe. Mãe sempre preocupa com essas coisas. calma, ainda tenho 21 anos. essa amiga dizia também que a gente só dá conta de arrumar quarto e o armário depois de organizar as coisas por dentro. O problema é que eu não sei por onde começar e não estou querendo. esse cansaço casado com a falta de sono deixa um lilás escuro nos nossos olhos, que não conseguem sorrir, apenas úmidos. Eu estou nesse avião, porque é péssimo a sensação de estar em um, eu espalho a fumaça, mergulho na neblina, é fumaça para lá e para cá e nada. Fico me perguntando se Deus ainda tem planos para minha vida. tento ver alguma coisa de um futuro, mas que futuro? E se Ele não tiver? Eu rezo para que tudo cicatrize da melhor forma possível, mas por enquanto tudo o que vejo é nada. 

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