terça-feira, 2 de dezembro de 2008

No dia do samba, foi num drama que eu dancei.




Grandee humanidade! Grandee arte humana de adaptar-se a tudo! É realmente muito fácil aceitar as coisas como são, obedecermos à uma regra maior que nem sequer sabemos o que ralmente é, chamada tempo... com seu paconte fulminate de horas, dias, segundos, minutos... Tic tac ; tica tac ! O que me envergonha é saber que pertenço e ajo como essa raça de seres que gostam de coisas fáceis e que vão aceitando essa vida curta sem protestar pela liberdade real.
O tempo passa e a gente se acostuma a tudo. Erros e desculpas; frieza no namoro ou na família; vícios e obrigações; calar diante de quem duvida dos nossos sonhos loucos e assim mesmo de graça desistirmos deles, para melhor se encaixar nessa sociedade feroz. A gente se adapta á mudança de fuso, à mudança de clima, à mudança de casa...
Bela e mesquinha arte humana de renegar seu próprio instinto para seguir regras de não revolução, de opiniões alhieas, de ver tudo e ficar calado. o que, teoricamente, nos distingüe dos outros seres vivos é a capacidade de raciocinar, de falar, do tato, do pensamento, do agir diante de alguma injustiça ... Mas preferimos nos configurar como impotentes ou cansados ou acomodados demais para mover-se e mover o que há. Acabamos como mortos-vivos, com o destino comum do falecimento, deficientes físicos por opção. O mundo é grande demais e espera por cada um de nós, mas insistimos (acho que por egoísmo nato ou preguiça dos deuses) em nos manter em nosso próprio mundo, isolados de todo o resto. Afinal, o resto é resto e só queremos nosso próprio conforto.
Enquanto isso as rugas vão surgindo, a idade vai avançando e quando você se dá conta vê o quanto deixou de saber sobre ser humano, vê que passou toda sua vida curta sentado em uma carteira copiando tendências, de braços cruzados, em coma profundo. O que é pecado para você?Será que é desobedecer as leis da sua Igreja ou permanecer trancado em si mesmo pelo resto da vida. "Bobeira é não viver a realidade!"
Hoje não consigo pregar os olhos, porque um filme me despertou do estado de coma. Estou ardendo na fúria e na angústia de cada cena que assisti.Cenas reais, que me cercam o tempo todo... mas que eu, deficiente, não enxergo.
O nome do filme é 2h37, isso mesmo : Duas horas e trinta e sete. Vou logo avisando que é um filme barato e alternativo, não vá esperando uma produção bilionária cheia de efeitos especiais. A história? bem... é um fato, que é uma teia que liga todas as situações num simples fato.Não teremos uma ficção que os personagens e a história só começam a viver no filme e para o filme, e depois morrem num "felizes para sempre". Os personagens já existiam antes do filme, o filme é apenas uma filmagem de um fato que abala o cotidiano de seres distintos, numa escola para adolescentes. É um filme cheio de cenas pesadas que insistimos em tapar com a peneira nessa sociedade falso moralista.
Eu te desafio, leitor... Quero ver se tem coragem de se deliciar com a cara obcessiva e nojenta do nerd sexo-maníaco Marcus; com o desprezo e dor absurda enfrentada pela doce Melody; com a sonhadora, 'gostosona' e bulímica Sarah... te desafio a sentir na pele a compaixão pela inocência e chacota vividas por Stevens; a repugnar o hipócrita, covarde e fútil Luke; e assustar-se com o vocabulário sujo do descarado, drogado e homossexual assumido, Sean. te convido a dividir com os outros além de você diversas cruzes e faces do preconceito! Abandone seu mundinho por algumas horas e tenha dignidade pelo menos dever o mundo que não é você. Porque se per,anecer fechado em seus próprios problemas, tudo que acontecer em volta, tudo você poderia ter interferido se tirasse as vendas... esse tudo será cobrado e a culpa é sua. Só sua. culpa de quem não fez nada para evitar ou quebrar o gelo que enlouquece.
Enquanto você vai brincando de teatro ou de sobrevivência, alguém muito diferente de você vai fazendo o mesmo. As difernças existem não apenas para serem respeitadas, mas para serem compartilhadas. O que você não sabe é que todo mundo chora, todo mundo já riu algum dia e que todos vão morrer comidos por vermes, vermes sem preconceito que tratarão toda carne com igualdade. Esse tempo ridículo armará outras tantas ciladas para mim e para você que chegará a um ponto que não poderás mais dormir, nem comer e o remorso é tudo que te restará.... num grito, num choro, num frio que não passa. Cuidado! Você não está sozinho em casa...







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