A bailarina dança como se fosse despencar
Levanta-se sobre pontas nômades entre sorrisos pláticos e orgânicos...
São tantos corpos que estão no palco, e são platéia...
Levanta-se sobre pontas nômades entre sorrisos pláticos e orgânicos...
São tantos corpos que estão no palco, e são platéia...
Dançam por quê?
Se acompanhar a música, é questão de querer?
Quando plástico vira pano de fundo, pilar de apoio, des-bo-ta-men-to
Quando orgânico, almático, espiritual, cutuca a platéia à distância...
Que coragem a da bailarina!
De se jogar sem cascas à frente de olhos famintos... olhos humanos... imperdoáveis.
Sorrisos irônicos... sádicos... sorrisos humanos.
E quando a bailarina tropeça, a orquestra continua
Deve erguer-se novamente, rápida...
Sapateando num sorriso machucado, o espetáculo continua, a-tro-pe-la-do
Deve erguer-se novamente, rápida...
Sapateando num sorriso machucado, o espetáculo continua, a-tro-pe-la-do
Bailarinas também falham
E o instrumento mais antigo e perfeito
tem de se reafinar na alma.
Que trabalheira, amada bailarina!
Tranformar-se na música de outro
Tranformar a música de outro em si
Tranformar-se na música de outro
Tranformar a música de outro em si
Que audácia bailarina!
De poder colher aplausos ou vaias...
dançando o corpo, que para tantos é vergonha...
E não desistir... até outras temporadas....
2 comentários:
[...]
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem
...
Só a bailarina que não tem!
=)
Muito lindo a arte de dançar e encantar.
Beijo
Denise
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