terça-feira, 22 de junho de 2010

Dejavú.


A bailarina dança como se fosse despencar
Levanta-se sobre pontas nômades entre sorrisos pláticos e orgânicos...
São tantos corpos que estão no palco, e são platéia...


Dançam por quê?

Se acompanhar a música, é questão de querer?


Quando plástico vira pano de fundo, pilar de apoio, des-bo-ta-men-to

Quando orgânico, almático, espiritual, cutuca a platéia à distância...


Que coragem a da bailarina!

De se jogar sem cascas à frente de olhos famintos... olhos humanos... imperdoáveis.
Sorrisos irônicos... sádicos... sorrisos humanos.

E quando a bailarina tropeça, a orquestra continua
Deve erguer-se novamente, rápida...
Sapateando num sorriso machucado, o espetáculo continua, a-tro-pe-la-do

Bailarinas também falham
E o instrumento mais antigo e perfeito
tem de se reafinar na alma.

Que trabalheira, amada bailarina!
Tranformar-se na música de outro
Tranformar a música de outro em si

Que audácia bailarina!
De poder colher aplausos ou vaias...
dançando o corpo, que para tantos é vergonha...


E não desistir... até outras temporadas....

2 comentários:

L.M disse...

[...]
Medo de subir, gente
Medo de cair, gente
Medo de vertigem
Quem não tem

...

Só a bailarina que não tem!


=)

Denise Portes disse...

Muito lindo a arte de dançar e encantar.
Beijo
Denise