domingo, 13 de fevereiro de 2011

Quando se perde um grande amor ...


No primeiro dia uma anestesia te toma, uma dormência de alma e corpo que deixa a vista e os sentimentos embaralhados como se tudo e nada fossem a mesma coisa e ambos completamente possíevis. O segundo dia amanhece sem oxigênio e a cada passo parece existir um cinto comprimindo aos poucos sua caixa toráxica. E essa coisa gradativa lembra a eternidade, e nada pior que perceber que a eternidade agora será vivida assim, só você e o tal cinto. Ah se você der a sorte de chorar... Eu desejo que você chore, pelo menos assim as lágrimas escorrem-se, te desinxam, a cintura fica um pouco mais frouxa. Senão, o esmagamento é inevitável. E por fim, o terceiro dia... a Bíblia fala que é o dia da confirmação, o prazo final para tudo, a última chance de voltar atrás. Daí falta todo o ar, o cinto espreme as víceras, as vistas e os sentimentos. A quietude é assustadora, todo silêncio de arrepia a alma e num desgosto de apatia, o corpo rui e a alma desmancha. Uma semana, duas, três... e então imagino que uma experiência de quase morte te torture e nenhuma realidae é capaz de ocupar seu tempo, que terás de viver sozinho. Os velhos sonhos faziam sentimento e querer à vida, sem eles não haveria como imaginar-se. Um novo ser, desencarnado, impassível. Insoso. Escuro.

Por sorte os pés se encaixavam ainda e de novo. Novo. E qualquer posição que os corpos se jogam é feita da completude que convida ao sono. Um sono gostoso demais. Sono quente de paz.


Abri os olhos e o suor que me esscorria pela testa era apenas o calor daquele quarto repleto de amor. Era só um pesadelo.

- Bom dia, amor!

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