segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A quem me ensinou a desenhar carneirinho...



Em primeiro lugar devo dizer que só seus olhos lacrimejantes foram capazes de calar o Vinícius, e em segundo lugar gostaria de dizer que o texto está escrito em verde porque você odeia verde.
Eu gostaria muito de te dizer que eu vivo porque te amo, mas não posso. Seria uma mentirada só, sujeira das grandes. Porque, amor, eu sempre vivi antes de você aparecer. Minha história não precisou esperar até você para começar a ser escrita. O que eu posso te dizer, sem falsidades, é que eu te amo porque estou viva... e até que vivo melhor depois de ter me apaixonado por você. Seus cachos me troxeram luz e se você partisse hoje... bem, se você partisse hoje eu continuaria a viver mas faltariam as coisas que faço por causa desse amor e essa falta me deixaria um buraco enorme e triste, eu teria de inventar algo que desviasse minha atenção da cicatriz grotesca que seria viver sem você. Quando te olho vejo um clamor constante por provas de amor... isso se chama insegurança. E confesso que às vezes fico chateada por você não acreditar em mim. Mas sabe, que na verdade, meus dias também têm sido camadas de alternância entre "o meu amor é retribuído" e "não, o meu amor não é retribuído"? Pois é meu bem, hoje decidi agradecer ao noso Cara pela insegurança depositada em nós que não nos deixa ficar parados no que é cômodo. Tomara que essa insegurança dure pelo resto da vida cheia de sonhos que quero viver ao seu lado, porque é graças a ela que buscamos a cada segundo algo que nos faça ter um pouquinho de mais certeza sobre esse sentimento complicado. Acho que ela pode até ser um daqueles venenos que o Cazuza procurava, que seriam capazes de curar a monotonia da vida, sabe? Porque não ter certeza é fundamental para reinventar maneiras que não te deixem duvidar do meu amor, e vice-versa. O inseguro nos traz a euforia que só as novidades conseguem despertar. Sua importância na minha vida atingiu a escala que acusa todos os dias ao seu lado como memoráveis, gravados em mim com todos os detalhes das coisas que faço questão de não esquecer, arquivados na categoria das minhas delícias. Ter notado que não vivo por você me mostrou que você é o motivo das coisas mais importantes que a vida em si, como por exemplo as coisas que deixam meus dias coloridos. É por você que ando à meia-noite nessa cidade deserta... não diria sem medo, mas enfrentando esse meu medo do perigo e desencadeando em mim uma reação corajosa de admitir e enfrentar os outros. É por você que todas as canções de amor ( que são nossas) desenham seu sorriso travesso em cada esquina da minha pista de treino. Por culpa sua entro emd esespero quando vejo as coisas da Alice, do Principezinho, da Palhaçada.. e desejo no silêncio enriquecer para te entregar toda essa beleza material que te arrancaria um sorriso grandão. E por sua culpa queria que as coisas fossem um pouco melhores. Fiquei meio 'perturbada' circulando por cada supermercado que entro à procura de cobrinhas azedas, creme de avelã e suco de pêssego... mesmo se não for pra comprar, só pra ouvir cada uma dessas coisas me dizendo que você as ama. Eu te amo um pouco por causa das coisas que você ama. Passei a ver novela das nove, porque a gente sabe que a bossa nova é um nó de um laço que nos une e é bom ouvir nossas semelhanças e depois lembrar do quanto somos diferentes e de como isso me faz crescer e querer te desvendar mais e mais. Eu assista TV também na espera de encontrar aquela personagem que se parece com você, e ver seu corpo tomando o lugar que era dela... lentamente.. alucinadamente... e agora é você que está lá, com seus gestos efusivos, seus movimentos dramáticos, sua risada debochada e sua voz rouca. Outra coisa que me faz te amar mais um pouco é essa voz rouca. Quando sinto alguma dor, lembro de você ter vencido o receio de olhar nos meus olhos e imagino o quanto deve ter doído em você escancarar sua alma e aceitar a minha por completo, então sei que depois da dor vem a beleza e assim a enfermidade fica bela e logo passa. Por você aprendi a conversar no celular e até aguento um pouco a queimação nas minhas orelhas devido às nossas longas conversas. É com você que durmo pregada sem me incomodar com espaço pequeno e suor que me fazia coçar. Ou também com você que acordo às 6 da matina com humor de quem acordou às 10 e a disposição de quem coemte um crime e tem de fugir para não ser pego. Foi por você que decidi sentir prazer ao ser tocada e com quem tive a-melhor-virada-de-ano-do-mundo. É do seu suspiro de afago de menina mimada, que parece um gatinho que sinto falta escrevendo esse texto. Você é minha gargalhada preferida das nossas falhas de português. Poderia comer cachorro-quente na praça todo dia com você sem reclamar, e se a gente enjoasse poderíamos procurar um novo sabor e devorar com todo apetite de primeira vez. Por falar em comer, mais uma coisa que amo um pouco em você é sua bagunça na mesa, sua boca lambuzada de molho, sua frescurite-fiscal-alimentar e sua preguiça de exercitar-se comigo. Amo um pouco também a pinta que você quer tirar.. e os beijos que distribuo no seu rosto, e em sua boca quente e depois no seu corpo inteiro. E acho o máximo a paz que eu sinto quando ficamos quinze dias sem brigar. Bem... as outras coisas que eu amo em pouco em você talvez eu não queria dizer e existem outras que ainda desconheço. Mas não se preocupa que quero descobrir todas e para isso dispus meus infintos dias. E que cada dia seja uma prova de amor.
- Amor sopra minhas costas queimadas que eu quero cuidar do corte no seu pé...

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