sábado, 7 de fevereiro de 2009


Senhoras e senhores,


Se conheces esse tudo que engloba e ata nos braços desde o portão multicolor da sua casa a alguma espécie de sentimento, descobri algo muito importante e vago, sobre ele. Tudo nesse tudo e ao todo, é o que parece, e "parecer" é algo totalmente subjetivo. A crença e o objeto acreditado dependem da cor que desperta por detrás do seu daltonismo, da minha catarata, daquela planta bipolar ... pois até a verdade é inexistente. A verdade é uma mentira que se torna verídica em absoluto devido ao ego de quem a conta. Até a verdade tem dois ou mais lados, e só deve-se escolher para qual lado duelar. Até a mentira que se escolhe servir tem suas falhas, e quando nota-se tais falhas e tal inexatidão de coisas que se crê, se vê, se sente, se bebe ... é preciso tapar os olhos com uma venda que te proteja do perigo de ser você mesmo, da loucura e do desespero. Desespero de saber que até o tudo é relativo e sobrepostamente generalizado, e tens nas mãos a chave dessa vida inventada e volúvel que não se pode escapar pois a algema que te imobiliza é o próprio tempo. Não podes fazer absolutamente nada que te faça ter um pingo de certeza cega de alguma minúcia desse tudo. A resposta de todas as perguntas sem respostas, que nos atingem mais frequentemente de acordo com o avançar da idade, é a própria não-resposta, a incerteza, a faca de dois gumes que corta pelo saber que até a cor que se enxerga pode ser reinterpretada, reinventada e servir a outros senhores ... o pior de tudo é que não se mode modificar nenhum detalhe. A verdade é a lei da vida, e é nos detalhes que essa coisa frágil se apoia. Falemos dessa verdade que se busca desde sempre e incansavelmente que no fim de alguma parte desse trajeto cria-se a consciência de que ela é apenas mais um fantasma. Fantasma-maestro que rege a moral, a religião, a vaidade .. e que te assombra e te engessa.



Divirtam-se.

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