sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009




Ora, companheiro! Não é tão difícil assim o saber do como pontuar cada ponto em seu devido berço. Não sabendo nem minhas digitais de cór, não seria agora que apoiaria meu olho manco numa muleta de vida alheia. Vou escorar numa dessas paradas da minha vivência pra lhe ensinar um pouco de gramática.


Era uma vez essa história que começa onde toda história começa, não explicando o que se entende e não entendendo nada mais uma vez, esbarrando numa dessas peripécias de intertextualidade armadas pelo tal de destino e seus derivados. A história tinha querer próprio e por isso não desejaria ser crua e nem comum, e olha lá que ela conseguiu ser o máximo de turbulenta e única possível! Resolveu então escrever-se equilibrando perigosamente sobre um muro longo, porém finito. Um travessão Renascentista andava despercebido quando encontrou outro travessão de texto de prosa tropicalista. foi aí que o texto tornou-se um só, cheio de palavras de liberdade e poesia. Contudo, é prache, é óbvio que todo movimento vanguardista é perseguido pelo classicismo das formas, que aliás, mesmo fugindo, os travessões já estavam impregnados dessas moralidades e compromissos. Seguiram-se versos de luta e quetionamento sobre qual forma seguir. O texto pendeu-se de forma triangular, e tudo que é triãngulo deixa um lado desolado, espeta e dói. Dentre os novos períodos, frases e orações que surgiam ouviu-se berros e exaltações de exclamações, dúvidas e mentiras de interrogações, restrições de pontos-e-vírgulas ... vírgulas de desespero e retomada de fôlego, e o texto enfim fragmentou-se em reticências mal-explicadas e secretas até os dias de hoje. Reticências implicam continuidade e o destino sentiu-se desafiado novamente, sendo forçado a armar novo intertexto inimaginável. Num tropeço os dois travessões mal-resolvidos ficaram frente-a-frente de novamente. Invocou-se os dois-pontos, que era pra que os doisse explicassem diante dos fatos. Resolveu-se nada, mas foi falado o perdão, recordado a poesia, relatado dos textos vivenciados nos parágrafos de separação. Um travessão ampliou-se diante da vida, o outro partiu-se em cacos e vice-versa. Avistaram que a caminhada no muro estava findando-se, pois o muro mesmo estava prestes a findar e era preciso decidir pra qual lado saltar, com qual pontuação finalizar aquela história. Num parágrafo forçado de distância o ponto e vírgula fez seu papel de guarda para que os travessões refletissem bem sobre o tal do fim. O ponto tratou de impedir textos antigos de chegar perto do texto reencontrado, e a vírgula cuidou de lembrar os travessões que uma decisão era indispensável e iminente. No início do novo período perceberam que não haviam tantas interrogações que satisfizessem inúmeros questionamentos, e não haviam aspas que lhe desse coragem ou resposta. Um travessão saltou para um lado quebrando uma perna de poesia. o outro travessão saltou para o lado oposto, amputando um braço de emoção. o tema e o lema dessa história sempre fora a paixão, portanto não caberia aqui uma brecha de reticências de amizade. Essa história termina onde toda história termina ou é arrancada pela vida ... termina onde você passa a entender menos ainda das vidas e das coisas, e berra de angústia e se sente velho demais para um novo texto ... que durma então o velho manco nos braços simples de uma promessa pontuada por um ponto final.

Um comentário:

Lari'Lissa Aisha disse...

e de tudo que Li... esse foi oq eu mais gostei* historiasss.
( _____ )

amovc*
=*