
quinta-feira, 12 de março de 2009
Sobre os olhos.

segunda-feira, 2 de março de 2009
O dia verde.

No dia verde tem-se vontade de sair por aí comendo algodão doce e soltando pipas de cores lumimosas. Hoje a vida faz sentido e o ar tem cheiro de infância. Aquele dia que de tão bom por não ser nada ou tudo, camufla-se atrás de um medo inocente e perturbador de ter o dia e o tempo na mão chocando-se com a possibilidade de não fazer as escolhas certas para colher essa oportunidade de simplesmente estar vivo e deixar escorrer pelos dedos o rio de amor que te inunda, frustando o presente que se tem: o dia de hoje.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009
"Perdendo os dentes."

Você vai à grife para comprar roupa, vai ao restaurante para comprar comida, vai ao bar para comprar bebida ... vai ao Orkut para comprar expiação da vida alheia e fofoca e tudo é movido pelo comércio afinal somos capitalistas. Compre, compre, compre, até se sentir completo. Completo de quê? E essa insatisfação incoerente de não se sabe o que te move para frente com a propaganda e a promessa de que “quando comprar o carro do não será feliz e satisfeito”, mas daí nasce outro ano e outro carro do ano e você se move para comprar infinitos carros do ano e percebe que está vazio e que a felicidade prometida é uma farsa. Brindamos então a indústria inesgotável do materialismo! O que me entristece é ter consciência dessa merda toda e mesmo assim estar impregnada desse ar repugnante. O grande escândalo em questão não é a ditadura do compre produtos mais e mais, afinal os produtos existem justamente para serem comprados mais e mais, é relação de causa e conseqüência, justíssima aliás. O escândalo é em que coisa fútil e material o consumismo transformou nossas emoções. Sendo emoção indiscutivelmente subjetiva, não deveria haver comércio objetivo sobre essa coisa conotativa das emoções. Emoção é feita para ser sentida, expressada, demonstrada. Contudo, no mundo capitalista ganha mais quem produz mais numa maior efemeridade de tempo, sentir exige tempo, não dá lucro e é sinônimo de fracasso. Mas o que vejo e faço é ir a todos os lugares não mais para dançar ou pelos produtos. Vamos para comprar beijo na boa, e o preço pode ser destruir a você mesmo e acabar punindo-se eternamente por sua própria consciência ou dos outros, ou ficar vazio simplesmente por fazer a outra parte envolvida sofrer, e se apaixonar e pagar na mesma moeda. Atrás da capa bonita e perfumada que passeia por aí existem olhos tentando simplesmente fugir de ser eles mesmos, fugir do sentir, e ser aceito pela sociedade, seguir o ritmo desenfreado do consumismo das emoções. O beijo tornou-se o alimento da vaidade , do ego. Quem mais é desejado mais é vangloriado, por si só e pelos outros. Auto-estima e status são diretamente proporcionais à quantidade de beijos sem sentido e sentimento que se ganha. Nunca fomos vítimas do materialismo pois optamos por ele, afundamos nele com nossas próprias mãos . Beijo era pra ser demonstração de afeto ou consumação dele, e não consumo. O beijo na testa seria respeito; na bochecha, cumplicidade; nos olhos, confiança; na ponta do nariz ... inocência; no queixo, intimidade; nas mãos, servidão e lealdade; nos pés, humildade e na boca, paixão. Ao dizer que beijos não são contratos Shakespeare não disse “beijo não significa nada” ... ele disse apensa que o amor, o sentimento por trás de um beijo não precisaria ser rotulado, nem cobrado, para ter significado, para existir e se consumar. Tudo isso foi substituído pelas mil bocas das noites de micareta ou pela barraquinha do beijo das festas juninas. Sei bem o que é um beijo. O beijo é um laço de sentimentos, desejos, e conhecimento em relação ao outro. Mas mesmo assim ajo em total desacordo com o que penso, sinto e sei. Essa é a lei do século: que reine a hipocrisia! Não conheço simplesmente por ter lido em livros ou assistido em filmes, sei do significado de um beijo porque já amei, e de fato não soube amar, não soube conciliar o meu saber com a pregação do mundo. Sou completamente apaixonada por beijo na boa, mas de um tempo para cá tenho buscado ou vivido beijos apenas pelo roçar na boca, por uma noite, só pelo físico, puramente por vaidade e falsa concepção de liberdade. Percebo que todos os beijos, no final da noite, foram só bocas que me aproximaram da solidão, que não me deram um mínimo de prazer, que eu nem estava lá de fato. É disso que eu tenho vergonha e nojo de mim mesma e de meus companheiros. O beijo bom que eu tanto buscava eu não encontraria na técnica dos beijoqueiros de plantão por aí, ele estava o tempo todo na boca do meu amor. Não adiantaria criar mil possibilidades de romances sendo que eu não estaria sentindo aquilo de fato, nem dormindo e nem acordada, em coma. É preciso ás vezes notar o valor das coisas pela sua ausência. Não suporto mais minha face canalha. Eu que tanto busquei ser diferente acabei caindo no lugar comum. Que eu sinta falta do beijo, do amor por trás do beijo, do seu beijo, e sinta na sua ausência seu verdadeiro valor. Mando meu vício para quarentena, em busca da cura, pelo menos de mim mesma.
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009
A última vez

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Oi, meu nome é Talita ... sou alcóolatra.

O bêbado andava trocando os passos
Em trapos que não eram de respeito
Pelas árvores distribuía seus abraços
Dançando no meio do tempo
Como quem conheceu o país das maravilhas
No seu passo de tropeço de ALice
Embriagado de sonhos
Gostava mesmo de andar tropeçando
Mas para ele trpeçava quem andava reto
O bêbado sabia da vida incerta
e sabia que, de andar trocando os passos
Chegaria a um ponto que não seria compreendido
Pelos que não corriam atrás de borboletas falantes
E sabia que seu destino torto
Teria por fim não a morte
Mas a solidão .
(de Amélie pra Alice)
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
No colo das lágrimas....

sábado, 7 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009
Dei com a cara no espelho e pá-pum!

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Toda pintada de piadas ...

Tempo, tempo, tempo, mano velho ...
segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Ashes (Cinzas) - Munch

sábado, 24 de janeiro de 2009
... a juventude é uma banda numa propaganda de refrigerantes ...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
quarta-feira, 21 de janeiro de 2009
If the flyer was blind...

Um ano se passou e eu que sempre odiei essa idéia de vestibular passei a não suportá-la mais, é a forma de hipocresia mais nojenta que vence até a hipocresia de ser humano. É estúpido medr conhecimento por notas, excludência e uma carga de conteúdo inútel e escravizante. Meus amigos vomitavam horas com a bunda pregada na carteira, detalhes de cada página, e eu? matei aulas e fui ler nas entrelinhas dos olhos das pessoas e subestimei o universo em que eu era obrigada a faezr parte. Não me arrependo nenhum pouco desse meu ódio vital, nem de minhas prioridades, que isso fique claro. Mas dei com a cara na porta, porque infelizmente o sucesso do meu maior sonho dependia dessa indústria vetibulosa... e agora me vem uma memória de uma fala da Marina, que me faz rir... por ser tão certa. :" Para você mudar o que está errado você vai ter que participar desse meio sujo, pular fora não vai mudar nada." Infelizmente ela está certa e eu odeio que ela esteja certa, porque conviver num mundo que me dá náuseas para simplesmente mudá-lo é muito pouco intenso e sincero para mim... então gostaria de ignorar isso, mas não posso mais.
Andava meio morna e mesmo assim coloquei o restinho de coisa boa que restava em mim e que o mundo não conseguiu assustar na universidade. Por sinal, não fui aprovada, não ingressei. e agora? Vejo um vazio escuro cheio de mil possibilidades, mas estou patinando sem mover-me. Estou com medo, confesso... medo de que minha fraqueza seja maior que meu fracasso, de que eu me esforce e gaste quanto tempo for preciso me preparando para chegar ao meu sonho e quando alcançá-lo ver que aquilo não era nada que eu queria... tenho medo de que meu maior prazer se torne rotina depois que se transformar em obrigação...que minha criatividade me abandone de vez, que ser escritora me faça perder completamente o fio que me separa da insanidade. Depois de tantas lágrimas, pensamentos pessimistas e noites insones, a única certeza que tenho é que não quero estar aonde estou, que quero um mundo que não é goiás e nem esses rostos clichés que vejo em cada esquina. Continuo não sabendo o que esperar, crer ou fazer com meu pouco tempo restante de vida... mas quero estar escrevendo sobre outros medos, evoluídos e vencidos. A vida me encanta e me assusta. talvez quando minhas crases, travessões e tils pararem de vagar por aí e se aconchegarem em outras linhas, de um outro texto, de um outro lugar eu possa odiar menos meu amanhã incerto e o fato de eu estar crescendo desesperadamente rápido demais para o meu desejo. E cá pra nós, VIDA! Se a corda estiver muito bamba, ou o cenário escuro demais e apesar do meu pesar de saber que por vezes estarei para ti como palhaça ou estrela, me agarrarei nas mãos que dividem o picadeiro comigo ou mudarei de magia quantas vezes for preciso para um dia, no dia mais importante, poder olhar para você, VIDA-MORTA, e dizer que te declaro derrotada por minhas próprias mãos, que escrevem, que comem, que amam... que, mais uma vez, levantam.
sexta-feira, 2 de janeiro de 2009
Sobre tornados...

terça-feira, 30 de dezembro de 2008
"...e além da vida ainda de manhã no outro dia..."

domingo, 28 de dezembro de 2008
Dentro da fronha do Mickey.

Cena de alguns dias atrás: A porta do quarto se abre, bate no aparelho de som e começa a sintonizar uma rádio. Na rádio estava tocando nossa música. Numa coincidênia, ou mais uma vez num laço do destino eu me emocionei. Foi a chave de todo um futuro efêmero e incerto ... que talvez eu me arrependa depois.
...Inspiração dos meus sonhos não quero acordar Quero ficar só contigo não vou poder voar Por que parar pra refletir se meu reflexo é você Aprendendo uma só vida, compartilhando prazer Por que parece que na hora eu não vou agüentar Se eu sempre tive força e nunca parei de lutar Como no filme, no final tudo vai dar certo Quem foi que disse que pra tá junto precisa tá perto Pensa em mim Que eu tô pensando em você E me diz O que eu quero te dizer Vem pra cá, pra eu ver que juntos estamos E te falar Mais uma vez que te amo ...
É prache cometermos algum errinho diário e arrependermos imediatamente e amargamente. Errar é comum. Mas há dias que erramos mais que o esperado, que o normal, que o permitido. Este dia atípico chegou em mim. Era dia 27 de dezembro de 2008, e acordei ao lado do amor da minha vida. Era dia 27 de dezembro de 2008, e perdi meu melhor amigo, meu cuti-cuti, o melhor homem que conheci. Não arrependo de nenhuma decisão que tomei, mas cada detalhe, cada lembrança dói minuciosamente. Há um vazio que empurra minhas lágrimas, porque foi VOCÊ, foi com VOCÊ, meu amor incondicional que sempre segurou minha mão. Não compreendo. Era para eu estar feliz agora. Mas é VOCÊ, entende? Você que colocou sua carteira durante um ano e meio ao lado da minha, que me irritou durante as aulas, que escreveu os mais lindos bilhetes nos meus cadernos, que me emprestou uma blusa de frio quando eu tinha frio. Meu companheiro d efuga, meu poeta, meu sonhador, meu cavaleiro, meu porto-seguro, meu chão, minha luz, o elo com meu passado. Foi você que passou tardes deitado comigo na calçada e foi você que só queria estar ali ao meu lado, ouvindo música. Você quem fez um gol que dedicou a mim e me deu o CD mais lindo no Natal. Fomos nós que corremos a noite, que falamos de tudo, que deitamos na rede, que tomamos vinho em frente à fogueira. Você que torce para o mesmo time que eu, meu judeu, meu anjo. Queria lhe dizer que amo deitar no seu colo, amo seu abraço e a sensação de proteção que ele me traz, MEU GRANDÃO. Hoje cedo uma grande amiga conversou comigo na internet e ela estava de luto. Luto por uma amiga que havi falecido. E mesmo sem eu conhecer a garota falecida, senti algo muito forte. E comecei a te colocar no lugar daquela garota. Se você estivesse morto eu não suportaria. No meio do ano você mudou de escola, eu não te via sempre, chorei muito, mas você ainda estava dentro de mim. Eu não me sentia só. Agora é diferente. Eu não te sinto mais, me desespero ... Nossa amizade era minha concepção de eternidade inabalável. Sabe do que eu mais sinto falta? Por mais que eu estivesse em cacos, você sempre me chamava de VIDA ... e eu de repente ganhava forças, me sentia viva novamente e mais que isso, alguém especial para outro alguém. O que me machuca é que eu, como sua melhor amiga, deveria ser a responsável por enxugar as lágrimas que outras mulheres deixariam derramar em teus belos olhos. Mas foi eu mesma a escolhida pata te dar a primeira desilusão amorosa, para te deixar triste e choroso. Nada vai te substituir em mim. Meu melhor amigo, meu melhor presente, meu irmão ...
E eu que já andava triste, dei a morte de um NÃO a quem me chamava de vida. Nesse vai e vem vou morrendo aos poucos enquanto essa ausência se faz presente.
O tempo que passamos juntos vai ficar pra sempreIntimidades, brincadeiras, só a gente entendePra quem fala que namorar é perder tempo eu digo:Há muito tempo eu não crescia o que eu cresci contigoJuntos no balanço da rede, sob o céu estreladoSempre acontece, o tempo pára quando eu tô do seu ladoA noite chega eu fecho os olhos e é você que eu vejoComo eu queria estar contigo eu paro e faço um desejoPensa em mimQue eu tô pensando em vocêE me dizO que eu quero te dizerVem pra cá, pra eu ver que juntos estamosE te falarMais uma vez que te amo
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
O Natal foi cancelado?

Feliz natal!
E não! Isso não vai cicatrizar, nem tente me convencer ...
"A saudade é a nossa alma dizendo para onde ela quer voltar."Rubem Alves
Feliz natal!
domingo, 21 de dezembro de 2008
De menor.

Pq Talita Confusão?
(13:07) Talita Confusão!:
E exatamente por viver com os pés no mundo dos sonhos mas sufocada pela realidade.Eu sou sempre indecisa,faço as pessoas pensarem demais e questionarem demais.Dizem que eu confundo.Sei o que quero mas fico com medo de agir de vez em quando.Sou uma confusão mental em pessoa...penso em tudo de todos os focos,com todas as respostas e concordo com todas.Ou seja,não xiste verdade absoluta por isso que eu mudo constantemente...pq a verdade que eu sigo traduz o momento que eu to vivendo,e vice-versa.
Acontece que amadureci um pouquinho hoje Ana. Acordei com vontade de te dizer ...
Confesso que cheguei a achar que era doença e que remédios me curariam do labirinto incerto que há em mim. Odeio essa esperança inalcansável da natureza humana, sempre achamos que amanhã será melhor, encontraremos uma justificativa para o que somos hoje. Será que é errado estar confusa? Tudo é relativo na verdade, até a própria verdade é relativa. Nessa busca pelo futuro perfeito esquecemos, ou mais que isso, odiamos o nosso presente. Mas é ele que existe, o futuro é só uma utopia. A culpa sempre tem que ser da química, do outro, do destino, de Deus ... mas contece que minha confusão não passou, não passa. Dura todo o tempo ... e se eu odiar a mim mesma? Hoje sei que isso se chama ingratidão e talvez uma das chaves de minha dor ... latejante, constante, parte de mim. Estaria eu sendo ingrata ao Criador, ao meu passado, à evolução? Meu "ser" de hoje não existe, ele é o nome de um conjunto de histórias que eu mesmo escrevi, de cheiros, de lugares por onde passei ... não importa se já fiz o certo ou o errado, porque até o certo e o errado são relativos. Não interessa o "como seria se" eu tivesse optado por outra estrada ... eu sou esse conjunto agora. Hoje "estou". Nunca "serei", e esta é minha condição de existência, assim como uma equação matemática só que mais complexa, eu não existiria , estando em cacos ou não, se meu caráter não fosse confuso. Eu disse caráter e não minha essência. Minha essência é imutável, e agora encondeu-se um pouco de mim. Sou mutante, mutável, e "minha vida tem sido de passividade e sonho".
"Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo de minha vida maior não se fará."(Clarice Lispector)
Minha tristeza é abstração, a vida é surreal.
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Talita confusão!

terça-feira, 2 de dezembro de 2008
No dia do samba, foi num drama que eu dancei.

O tempo passa e a gente se acostuma a tudo. Erros e desculpas; frieza no namoro ou na família; vícios e obrigações; calar diante de quem duvida dos nossos sonhos loucos e assim mesmo de graça desistirmos deles, para melhor se encaixar nessa sociedade feroz. A gente se adapta á mudança de fuso, à mudança de clima, à mudança de casa...
Bela e mesquinha arte humana de renegar seu próprio instinto para seguir regras de não revolução, de opiniões alhieas, de ver tudo e ficar calado. o que, teoricamente, nos distingüe dos outros seres vivos é a capacidade de raciocinar, de falar, do tato, do pensamento, do agir diante de alguma injustiça ... Mas preferimos nos configurar como impotentes ou cansados ou acomodados demais para mover-se e mover o que há. Acabamos como mortos-vivos, com o destino comum do falecimento, deficientes físicos por opção. O mundo é grande demais e espera por cada um de nós, mas insistimos (acho que por egoísmo nato ou preguiça dos deuses) em nos manter em nosso próprio mundo, isolados de todo o resto. Afinal, o resto é resto e só queremos nosso próprio conforto.
Enquanto isso as rugas vão surgindo, a idade vai avançando e quando você se dá conta vê o quanto deixou de saber sobre ser humano, vê que passou toda sua vida curta sentado em uma carteira copiando tendências, de braços cruzados, em coma profundo. O que é pecado para você?Será que é desobedecer as leis da sua Igreja ou permanecer trancado em si mesmo pelo resto da vida. "Bobeira é não viver a realidade!"
Hoje não consigo pregar os olhos, porque um filme me despertou do estado de coma. Estou ardendo na fúria e na angústia de cada cena que assisti.Cenas reais, que me cercam o tempo todo... mas que eu, deficiente, não enxergo.
O nome do filme é 2h37, isso mesmo : Duas horas e trinta e sete. Vou logo avisando que é um filme barato e alternativo, não vá esperando uma produção bilionária cheia de efeitos especiais. A história? bem... é um fato, que é uma teia que liga todas as situações num simples fato.Não teremos uma ficção que os personagens e a história só começam a viver no filme e para o filme, e depois morrem num "felizes para sempre". Os personagens já existiam antes do filme, o filme é apenas uma filmagem de um fato que abala o cotidiano de seres distintos, numa escola para adolescentes. É um filme cheio de cenas pesadas que insistimos em tapar com a peneira nessa sociedade falso moralista.
Eu te desafio, leitor... Quero ver se tem coragem de se deliciar com a cara obcessiva e nojenta do nerd sexo-maníaco Marcus; com o desprezo e dor absurda enfrentada pela doce Melody; com a sonhadora, 'gostosona' e bulímica Sarah... te desafio a sentir na pele a compaixão pela inocência e chacota vividas por Stevens; a repugnar o hipócrita, covarde e fútil Luke; e assustar-se com o vocabulário sujo do descarado, drogado e homossexual assumido, Sean. te convido a dividir com os outros além de você diversas cruzes e faces do preconceito! Abandone seu mundinho por algumas horas e tenha dignidade pelo menos dever o mundo que não é você. Porque se per,anecer fechado em seus próprios problemas, tudo que acontecer em volta, tudo você poderia ter interferido se tirasse as vendas... esse tudo será cobrado e a culpa é sua. Só sua. culpa de quem não fez nada para evitar ou quebrar o gelo que enlouquece.
Enquanto você vai brincando de teatro ou de sobrevivência, alguém muito diferente de você vai fazendo o mesmo. As difernças existem não apenas para serem respeitadas, mas para serem compartilhadas. O que você não sabe é que todo mundo chora, todo mundo já riu algum dia e que todos vão morrer comidos por vermes, vermes sem preconceito que tratarão toda carne com igualdade. Esse tempo ridículo armará outras tantas ciladas para mim e para você que chegará a um ponto que não poderás mais dormir, nem comer e o remorso é tudo que te restará.... num grito, num choro, num frio que não passa. Cuidado! Você não está sozinho em casa...
segunda-feira, 24 de novembro de 2008
Longo e reflexivo.

"Enquanto eu imaginar que 'Deus' é bom só porque eu sou ruim, não estarei amando a nada: será apenas o meu modo de me acusar. Eu, que sem nem ao menos ter me percorrido toda, já escolhi amar o meu contrário, e ao meu contrário quero chamar de Deus.Eu, que jamais me habituei a mim, estava querendo que o mundo não me escandalizasse. Porque eu, que de mim só consegui foi me submeter a mim mesma, com uma terra menos violenta que eu. Porque enquanto eu amar a um Deus só porque não me quero, serei um dado marcado, e o jogo da minha vida maior não se fará. enquanto eu inventar Deus ele não existe."(Clarisse Lispector)
Advertência: Se você procura aqui argumentos que comprovem ou não a existência de Deus, vá ler outro blog. Sou agnóstica.Ah! E quem não sabe o que é agnóstico, vai ler um dicionário.
A vida é um mistério, e a ciência vive em busca da chave do que está escondido por trás do inexplicável. O homem perante a beleza das flores, a perfeição da gestação ou na contrução de uma célula diferente, apoia-se na figura singular de Deus.Esse Deus é atribuído como criador do amor ou da falta dele, do destino, da saúde, das cores, dos cheiros e dos gostos.Deus que mantém a batida do núcleo terrestre sem cessar. Deus que cria os homens e o maestro perfeiço de tudo que não se entende ou que se admira.O Deus sem face.
Daí surge o homem, de forma totalmente contestável e incerta, numa hora desconhecida de parto da história. Esse homem cai como uma pluma no mundo nu do Deus sem face e vai modificando-o.Seus passos, antes leves como uma pluma, vão pesando como bomba. O homem passa a colocar 'sua cara', numa espécie de decoração, no mundo nu do Deus sem face. Arranca as árvores e põe concreto, desvia os fluxos do rio e coloca onde lhe convém, mata animas e retira as cabeça raras para enfeitar suas salas. e nesse fluxo de mimos,vaidades ou avanços científicos, o homem aprende a brincar e Deus. Só que não existe um só homem no planeta, eles são bilhões. São bilhões de mentes distintas, cada uma com seu pensamento de mundo. e o homem passa a ser 'o lobo do homem'. O mundo passa a ser a orgia dos deuses em busca do reino absoluto e seus súditos.
Surge então as 'ideologias', que é um conjuntos de pequenos deuses com semelhança de mundo pensado.A primeira a subir no trono é a 'ideologia' Igreja, a deusa com cara de Clero. A deusa de testa franzida e autoritária, da que amedronta e pune.Deusa monogâmica e sem sexo.Deusa da fogueira. Deusa que arma um céu de perfeição e entretenimento para manter seus súditos engessados e horrorizados com o ranger de dentes do inferno de fogo.Fogo da fogueira da própria deusa. A deusa, por não ser deusa coisíssima nenhuma dá brechas hipócritas e escandalizantes, e um súdito qualquer ouve seus erros. Maquiamos então um novo rosto para deus, o deus reformado: um deus sorriso, de luxo e riqueza. Deus fica burguês.Num outro canto deus já veste outra mascara: o deus profeta, que não come carne de porco. Deus poligâmico e masculino.Deus barbudo que esconde seu rosto de mulher. E deus vai pagando constantes cirurgias plásticas... vira orixá alegra, bigode de Hitler, bonecos de voodoo, bebe o sangue de carneiros, dessepa clitóris de prazer, ora namora heterossexuais, ora aceita homossexuais, circunsida judeus... Deus vai sendo gueera de deuses; deus ariano que extermina deus judeu; deus cristão que mata deus mouro; deus católico irlandês que devora deus protestante irlandês; deus palestino que explode deus semita; deus branco que 'civiliza' deus negro; deus ocidental que defama deus oriental; e tudo isso numa reciprocidade incrível entre todos eles. Na orgia dos deus de olhos puxados ou claro ou escuros, o deus sem face vai sendo platéia ignorada. o único traço comum a todos os deuses dos homens são os olhos: olhos cegos. Deuses cegos que não enxergam o poder do Deus sem rosto. Ninguém vê o óbvio.
A natureza caótica procura lembrar os deuses homens que para brincar de Deus tem que respeitar a maior regra de um Deus: a vida. E a natureza chorosa resolve brincar de vida com os humanos e manda suas catástrofes, em que percebemos que a vida realmente é um brinquedo frágil que pode ser arrancado por qualquer vento mais forte que a gente não pode controlar. Deus não está nas sinagogas escandalozas e nem no ouro que decora as taças de vinho.O grande erro humano foi querer vestir e mascarar o Deus sem rosto. Se Deus veste nossas fantasias de carnaval, prefiro que Ele não exista. Deus está em tudo que não tem um rosto humano. Deus está lavando com água e sabão o blush que lhe passaram na bochecha, ele só quer ser um Deus não inventado e que não precisa agradar a opinião dos outros como os seres humanos. Profeticamente ou não , mais cedo ou mais tarde sua invisibilidade será notada e veremos o rosto furioso de um Deus sem bigode, sem piercing, sem face.
" Eu acredito no Deus que criou os homens, e não no Deus que os homens criaram."